A força de trabalho da população gaúcha moradora da Região Norte do Estado, e da qual Passo Fundo faz parte, concentra o terceiro maior volume de empregos formais do Rio Grande do Sul. Já considerando os efeitos da pandemia de coronavírus, o Boletim de Trabalho foi apresentado com detalhamento por macrozonas, na terça-feira (21), pelo Departamento de Economia e Estatística do governo Eduardo Leite (PSDB) com destaque para a informalidade laboral.
Pertencente à Região Funcional 9, assim dividida pelo Poder Executivo estadual para fins de planejamento, há dois anos, a região já respondia por 8,6% do total absoluto de empregados com vínculos legais trabalhistas, atrás apenas de Porto Alegre e Região Metropolitana, com 47,5% dos empregos formais no Estado, e da Serra, com 13,3%. De acordo com o levantamento da tendência comportamental das relações empregatícias dos últimos 15 anos no território gaúcho, juntas, essas três subdivisões espaciais eram responsáveis por 69,4% de absorção da mão de obra humana.
De um modo geral, as tendências de expansão e contração do emprego na economia gaúcha se fizeram sentir no conjunto das nove regiões funcionais, porém com diferenças temporais e de intensidade, que refletem dinâmicas produtivas, concorrenciais, institucionais, próprias de cada um desses territórios, segundo o estudo. Quando considerado os pontos percentuais na distribuição de emprego, ao longo desse período, a região Norte liderou com o avanço de 1,3 em relação às demais áreas gaúchas com a segunda maior variação de contingente no período. O número de vínculos formais na região de Passo Fundo cresceu 55,6% nos 15 anos considerados, de acordo com o boletim.
Indústria de transformação
Na contramão de desaceleração da indústria de transformação, que engloba os setores alimentícios e metalurgia, a Região Funcional 9 detém 8,9% da força de produção desse setor e obteve, ainda conforme os resultados, um distanciamento positivo em relação ao agregado gaúcho nessa comparação entre os extremos do período analisado. O emprego industrial no território gaúcho, entre 2004 e 2018, cresceu apenas 1,3%; enquanto na macrorregião Norte os indicadores ficaram em 23,6%.
Alimentos e bebidas cresceram 50% no mesmo período, chegando a 2018 com participação de 46,7% no emprego setorial da região de Passo Fundo. Variações importantes registraram-se na química (102,7%) — que, no entanto, se limitava a 5,6% dos postos da indústria em 2018 — e na metalurgia (41,4%), como demonstraram as projeções da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão ao compilar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).