A evolução nas vendas no varejo, na região pertencente ao Corede Produção, fechou o mês de março com uma variação positiva de 8,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Já considerando os efeitos da pandemia, o boletim da Receita Estadual, divulgado na segunda-feira (12), aponta uma recuperação nos principais indicadores econômico-fiscais gaúchos e regionais.
O monitoramento, segundo explica o relatório técnico que acompanha o estudo, considera apenas as vendas realizadas a consumidores com emissão de nota fiscal eletrônica. Nas duas últimas semanas, quando o Governo do Estado flexibilizou os protocolos de abertura do comércio, o desempenho do setor foi 41,9% superior a 2020 a partir da média gerada nas 32 cidades que integram o Conselho Regional de Desenvolvimento. O agronegócio e a indústria, como mencionou o vice-presidente do Corede Produção, Evandro Silva, respondem pelo melhor desempenho econômicos nas cidades da região. “Para o agro, será uma excelente safra com os preços da soja em alta. A indústria também está em recuperação”, observa.
Cidade polo do Corede Produção, Passo Fundo concentra a maior parcela de arrecadação de ICMS entre os municípios da região. Dos R$ 900 milhões de reais gerados para pagamento do tributo estadual para a circulação de mercadorias no último ano, mais de R$ 647 milhões foram arrecadados na cidade, seguido por Carazinho, Marau, Nova Alvorada e Casca, como detalha os gráficos da Receita Estadual. No oitavo mês consecutivo de variações positivas, o resultado de R$ 3,36 bilhões destinados aos cofres do Estado foi 9,5% superior a março de 2020, segundo o governo gaúcho. Com isso, a arrecadação acumulada, neste ano, chegou a R$ 10,4 bilhões, representando um aumento de R$ 502 milhões em relação ao período equivalente anterior. Na visão dos últimos 12 meses, a arrecadação total é de R$ 38,67 bilhões, uma queda de R$ 967 milhões frente aos 12 meses imediatamente anteriores.
Setores
Na visão das vendas por atividade no Estado, a Indústria, o Atacado e o Varejo registraram variações positivas ao longo do mês. Os desempenhos foram, respectivamente, de 39%, 32,3% e 17,5%, consistindo nos melhores resultados comparativos para as três atividades, avaliou a Receita Estadual. Essa também é, segundo o governo, a primeira vez que as três atividades computam variações positivas acumuladas ao final de um mês.
A desvalorização do real frente ao dólar, que vem potencializando a subida do preço dos combustíveis, causando aumento no preço de commodities no mercado externo e gerando forte onda de pressão de preços, refletiu nas variações apresentadas no valor final a ser pago nas bombas pelos motoristas. Dois centavos mais cara que a média estadual, a gasolina comercializada nos postos de Passo Fundo é vendida a R$ 5,69 enquanto o diesel S10 se manteve em conformidade ao preço médio do Estado: R$ 4,12 ao litro.
É o etanol, no entanto, que pesa no bolso dos passo-fundenses. Ao estar 3,9% mais caro que o preço praticado nos centros de abastecimento de outras localidades, o valor do biocombustível subiu para R$ 5,55 na cidade, de acordo com o painel de monitoramento da Receita. No Estado, a média de preços se manteve em R$ 5,34 pagos por cada litro.