Região entra em alerta para a circulação do vírus da febre amarela

Casos foram notificados em 7 cidades da 6ªCRS; Estado declarou emergência em saúde pública

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Rio Grande do Sul não registrava casos de febre amarela desde 2009. Foto: Rovena Rosa/Agência BrasilRio Grande do Sul não registrava casos de febre amarela desde 2009. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Rio Grande do Sul não registrava casos de febre amarela desde 2009. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Com 12 casos de primatas mortos por contaminação de febre amarela em 7 municípios de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ªCRS), a região de Passo Fundo entrou em alerta para a circulação do vírus causador da doença. No final da tarde de quarta-feira (28), a Secretaria Estadual de Saúde declarou emergência em saúde pública em todo território gaúcho por causa da enfermidade que não era detectada no Estado desde 2009.  

O monitoramento epidemiológico, realizado durante a última semana, apresenta 23 cidades com confirmação viral. Este grupo, explicou a secretária de Saúde, Arita Bergmann, é considerado área vermelha, formada por municípios onde foram encontrados os macacos mortos contaminados pela picada dos mosquitos de áreas silvestres. As localidades de Lagoa Vermelha, São José do Ouro, Ibiraiaras, Ciríaco, Capão Bonito do Sul, Barracão e André da Rocha notificaram, juntas, 22 suspeitas, como detalha o monitoramento estadual. “Além da preocupação com o coronavírus, que estamos enfrentando há mais de um ano, precisamos ficar atentos, evitando que outras epidemias cheguem ao Rio Grande do Sul", advertiu a secretária na reunião virtual realizada para a criação de um Centro de Operações em Emergência de Arboviroses.  

Com as confirmações laboratoriais, 72 municípios, situados no entorno destas localidades, são considerados de área amarela, com riscos de também virem a ter circulação do vírus. Até agora, segundo salientou a secretaria, a doença não foi detectada em humanos. 

Prevenção 

Intensificar a cobertura vacinal contra a febre amarela, sobretudo nas populações residentes em zonas rurais, silvestres e periurbanas, onde as atividades urbanas e do campo são praticadas, assegura uma proteção aos humanos, ponderou a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Passo Fundo, Raquel Schwaab Carneiro. “É importante estar vacinado, usar repelente e cuidar o acúmulo de lixo nas casas para combater o ciclo do aedes aegypti”, alertou.  

Parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacina contra a febre amarela pode ser encontrada nas Unidades de Saúde da Atenção Primária, no entanto, ainda que o calendário vacinal preveja a primeira dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos, Raquel identifica que os agentes de saúde, no município, encontram dificuldades para imunizar as crianças. 

Notificação de dengue aumenta 42,8% em Passo Fundo 

O boletim de monitoramento das enfermidades transmitidas por mosquitos identificou, ainda, um crescimento de 42,8% nas notificações de dengue em Passo Fundo e dois casos de febre chikungunya. No ano passado, dos 56 casos suspeitos cadastrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 14 deram positivo para a infestação das larvas enquanto que, até abril deste ano, 80 ocorrências potenciais de dengue foram remetidas com 15 confirmações. No início deste mês, a Vigilância Ambiental já havia confirmado um surto da doença no bairro Lucas Araújo.   

Febre amarela 

A febre amarela, explica o guia de orientações arboviroses disponibilizado pela Secretaria Estadual de Saúde, é uma doença infecciosa febril aguda, silvestre ou urbana. O vírus é transmitido por mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Os casos que ocorrem no Brasil são silvestres, quando o vírus é transmitido por mosquitos que vivem em áreas de mata. Desde 1942, não existem casos de febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti. Em área de matas, a morte de primatas não humanos serve de sentinela da chegada do vírus a determinada região. 


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