Safra de inverno deve ter crescimento de 10,5% na área de trigo

Preços atrativos tornam o cultivo do cereal mais atrativo aos produtores rurais

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Foto: Ernesto Graeff Pletsch/Divulgação Biotrigo GenéticaFoto: Ernesto Graeff Pletsch/Divulgação Biotrigo Genética
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A projeção de crescimento de 10,5% na área de produção de trigo, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias (FecoAgro- RS), durante a safra de inverno deste ano está animando os produtores rurais gaúchos, sobretudo, pelos preços atrativos do cereal. De 930 mil hectares plantados no ano passado, os agricultores deverão ter uma semeadura 15% superior, alcançando 1,1 milhão de hectares.

Até mesmo em zonas de cultivo que, tradicionalmente, não são tritícolas, como a região de Passo Fundo, essa cultura de inverno pode colaborar para o custeio dos gastos fixos do agricultor para manter a propriedade rural e garantir uma lucratividade, segundo explicou o engenheiro agrônomo da Biotrigo Genética, Tiago De Pauli. “Pela alta do cereal e escassez de milho disponível, o trigo acaba sendo fracionado. Baixando a oferta do produto, o preço sobe”, esclareceu. Apesar da boa estimativa, o agrônomo aconselha os produtores a buscarem informações antes de semear, especialmente se o cereal não é cultivado naquela propriedade há bastante tempo. “É importante ter uma assistência técnica para maior assertividade. Embora tenhamos melhoramento genético, não existe uma cultivar perfeita”, ponderou.

Se a boa produtividade de uma lavoura passa por uma condução na hora do plantio, a alta no preço das sacas do trigo é influenciada diretamente pelo movimento do mercado internacional, menciona Tiago. “O cenário econômico e mercadológico está muito favorável ao trigo. A Rússia segurando o estoque interno e adotando estratégia de segurança alimentar”, exemplificou o agrônomo em alusão à pretensão do governo russo de subir as taxas de exportação do cereal. “O trigo nacional vem em grande destaque em termos de moagem. Em qualidade, a gente se iguala”, destaca De Pauli.

Cultivo

Com uma média de produção regional, para este ano, projetada em 50 a 60 sacas por hectare na região, a semeadura da cultura começa no último decêndio de maio e se estende até fim de

julho para alguns municípios com maiores altitudes, como em Soledade. Segundo o último boletim conjuntural da Emater/RS-Ascar, para evitar danos em agosto, muitos triticultores concentram a semeadura em meados de junho de forma a não coincidir a fase de florescimento com possibilidade de ocorrência de geadas. “Para isso é importante ter conhecimento do ciclo da cultura, principalmente o número de dias da emergência até o florescimento”, reforça a entidade.

Essa tendência de crescimento no cultivo do trigo deve favorecer a balança comercial do Estado. Isso porque o Rio Grande do Sul, sendo o segundo maior produtor do cereal a nível nacional, deve produzir 2,6 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 22,1% em relação ao ano anterior, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Tende a ser um ano mais frio e com chuva dentro da normalidade. Isso dá condições para nos animar com a cultura e expectativa para ter lucratividade”, salienta o agrônomo da Biotrigo Genética.

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