Observatório avalia dados da pandemia na região

Apesar da redução do aumento nos indicadores, a situação ainda preocupa, conforme o Observatório Regional de Saúde da Região de Agrupamento Passo Fundo

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No momento, medidas mais rígidas não estão sendo consideradas (Foto: Luciano Breitkreitz/Arquivo ON)No momento, medidas mais rígidas não estão sendo consideradas (Foto: Luciano Breitkreitz/Arquivo ON)
No momento, medidas mais rígidas não estão sendo consideradas (Foto: Luciano Breitkreitz/Arquivo ON)
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Os indicadores da região de Passo Fundo continuam em crescimento, no entanto, Julcemar Zilli, do Observatório Regional de Saúde da Região de Agrupamento Passo Fundo, considera que estão aumentando menos, em comparação com semanas anteriores. “Parece que esse surto que estamos vivendo está perdendo força”, avalia o professor.

Os casos confirmados tiveram variação semanal de 5,4% até ontem (01). Julcemar lembra que na semana passada o aumento era na faixa de 10, 12%. Os leitos clínicos tiveram um aumento de 12,3%, com mais 36 internados no acumulado dos últimos sete dias, em comparação com a semana anterior. “Nós temos ainda um número grande de casos ativos, aumento de pacientes em leitos clínicos, mas bem menos que na semana passada”, explica Julcemar.

Nas UTIs, houve uma queda de 1% na ocupação na última semana, no entanto, a região segue com a ocupação superior de 100%, com 103,6% dos leitos de UTI ocupados e -6 leitos livres. Já os óbitos seguem crescendo, com 17,2% de aumento na variação semanal. “Um aumento importante, estamos falando em uma média de 68 óbitos por semana, ainda está alto”, diz Julcemar. 

Patamar elevado 

Apesar da redução do aumento nos indicadores, a situação ainda preocupa. “De forma geral a gente vê que a pandemia na nossa região ainda está piorando, mas cada vez menos, em um processo de estabilidade, mas em um patamar elevado, isso ainda nos preocupa”, resume o economista.

Na quinta-feira (27) o Grupo de Trabalho Saúde e o Grupo de Trabalho Protocolos do governo estadual recomendaram a revisão dos planos enviados e já aprovados. “Por enquanto, pedimos que as regiões revisem os planos e implementem medidas mais enérgicas e efetivas para que o cenário que estamos enfrentando possa ser revertido”, disse o coordenador do Gabinete de Crise, Marcelo Alves.

No entanto, Julcemar explica que na reunião foram solicitadas alterações técnicas, definindo metas e apontando responsáveis, por exemplo. “Se a região continuar piorando talvez sejam adotadas regras mais rígidas, mas a princípio as ações que propusemos foram acatadas”, destacou o professor. Entre as ações estão o aumento da testagem, da fiscalização, ações midiáticas para conscientização, ações de capacitação de novos profissionais, material para circular nas mídias sociais sobre a quarentena quando detectado o vírus e reuniões com as secretarias municipais.

No momento, medidas mais rígidas, como o fechamento dos serviços não essenciais, não estão sendo consideradas pelo Observatório. "Neste momento não falamos ainda nessa situação de fechar no final de semana ou feriados, não chegou a ser discutida, não se cogita”, resumiu Julcemar. O Observatório considera que o fechamento entre as 21h às 6h já ajuda no controle da pandemia.

Comitê Popular cobra mais rigidez no enfrentamento à pandemia

O Comitê Popular por Saúde, Democracia e Direitos, que reúne mais de 50 organizações e movimentos de Passo Fundo, divulgou uma nota ontem (1) pedindo o fechamento total das atividades não essenciais, inclusive escolas, pelo menos entre o feriado de quinta-feira (3), até domingo (6) e cobrando das autoridades uma atuação mais séria para o enfrentamento da pandemia. A nota também alerta a comunidade sobre a necessidade de redobrar os cuidados de proteção. 

“Os indicativos apontam que estamos entrando em mais um momento bastante crítico da pandemia com aumento de casos ativos, de mortes e a superlotação dos serviços de saúde”, diz o documento. A nota lembra as 500 mortes pela Covid-19 e questiona quantas seriam evitadas com medidas mais adequadas. O Comitê também sugere um auxílio financeiro emergencial municipal para complementar o programa federal, medidas educativas e de orientação e aumento da fiscalização. “No papel de acompanhamento e de alerta, este Comitê também se sente impelido a buscar responsabilização de todas as autoridades que, por sua ação ou negligência, deixarem de tomar as medidas necessárias para evitar contaminação e morte”, diz um trecho da nota.


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