A proposta de concessão das rodovias ERS-135, entre Passo Fundo e Erechim, e ERS-324, entre Passo Fundo e Casca, foi pauta de um encontro realizado nesta sexta-feira (09), em Passo Fundo. Liderado pela Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio (Acisa), com correalização do Corede Produção e apoio das entidades locais CDL, Sinduscon, Sindilojas e Sindicato Rural, o encontro reuniu lideranças políticas e empresariais da região Norte do Estado para discutirem o tema.
A proposta de concessão do governo do Estado foi apresentada pelo secretário Extraordinário de Parcerias do RS, Leonardo Busatto, que destacou os benefícios que a concessão traria, como por exemplo, melhor pavimentação e sinalização das estradas, redução de acidentes, melhor fluxo e menores custos operacionais e logísticos. Conforme ele apresentou, atualmente, somente 12% dos trechos estaduais são duplicados e 25% possuem dificuldade de ultrapassagem, velocidade inferior a 60km/h e fila durante 80% da viagem. Outro dado apresentado é que 88% das estradas não têm acostamento ou possuem largura menor que o estabelecido pela norma. Com as concessões, está prevista pista dupla ou tripla em 73% da malha, de um total de 1.131 quilômetros, 831 adequações em acessos e mais de 800 km de acostamento.
"A ERS-135, que vem de Erechim a Passo Fundo, a ERS-324, que vem de Nova Prata, passando por Marau e Passo Fundo, e a ERS-129, que vem do Vale do Taquari, todas elas seriam duplicadas integralmente durante esse processo de concessão", explicou. "São quase R$ 4 bilhões em investimentos em todo o bloco do Vale do Taquari e região de Passo Fundo, melhorando o escoamento da produção, gerando emprego e renda e, principalmente, salvando vidas e evitando acidentes, já que a ERS-324 é tão perigosa e já ceifou muitas vidas ao longo de sua história", destacou o secretário, ao pontuar que essa foi a primeira apresentação detalhada do projeto.
Segundo ele, o governo está à disposição para fazer o debate com os municípios e discutir pontos que também são de interesses locais justamente para melhorar o projeto e construir o que for o melhor para o RS. "Nas duas rodovias os números de valores de tarifas, praças, tudo isso pode ser discutido. Lembrando que é preciso ter os recursos suficientes para fazer o investimento. Porém, o custo econômico das vidas por ter estradas ruins é infinitamente superior ao custo de uma tarifa de pedágio. Portanto, nós tentamos chegar a aquele melhor modelo que não onere muito o bolso das pessoas mas também que os investimentos possam ser realizados, porque esse é o grande objetivo das concessões de rodovias", disse Leonardo.
Para o presidente da Acisa Passo Fundo, Cássio Gonçalves, o papel da associação, de promover essas discussões e oportunizar que as lideranças entendessem a proposta do governo, foi cumprido com sucesso. "Estiveram presentes no evento todos os prefeitos dos municípios da região que têm essas rodovias cortadas. Houveram posicionamentos favoráveis e contrários ao pedágio e agora a nossa discussão passa a ser empresarial", disse Cássio.
De acordo com o presidente, com as informações levantadas durante o evento, a entidade agora irá fazer uma avaliação interna para definir um posicionamento dos empresários representados pela Acisa e também em conjunto com as demais entidades empresariais. "A partir de agora vamos tratar esta pauta juntamente com a classe empresarial, para termos um posicionamento favorável ou não a estas discussões, inclusive sobre a localização da praça de pedágio entre Passo Fundo e Marau, que foi um dos pontos abordados no encontro ", salientou.