De janeiro a maio deste ano, os contratos de emprego formal na região funcional de Passo Fundo aumentaram 3,6% sendo superada apenas pela região Metropolitana e Serra Gaúcha, segundo o Boletim de Trabalho publicado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) na quarta-feira (14). Em um ano, essa variação acumulada chegou a 7,1% de vínculos empregatícios formalizados.
Ainda assim, de 15 a 20% dos trabalhadores locais atuam na informalidade, estimou o coordenador do FGTAS/Sine de Passo Fundo, Sérgio Ferrari. “Se acontece alguma coisa, eles não têm direito a absolutamente nada. Estão descobertos”, lembrou. Diaristas e demais trabalhadores autônomos são as ocupações mais vulneráveis quando se aborda as garantias laborais no município. Por isso, possuir um registro de microempreendedor individual (MEI) possibilita que eles tenham um respaldo legal em períodos de desemprego, defendeu o coordenador.
Mesmo com um mês de abril ruim para as contrações, maio registrou 62 mil colaboradores com carteira assinada, no município; um aumento de 4 mil em relação ao mês anterior. “Estamos, no ano, com saldo positivo de 1.785 vagas nesse primeiro semestre, principalmente no comércio e serviços. A economia está retomando”, considerou Ferrari. Sob uma crise econômica que se prolonga desde 2016, lembrou o coordenador do FGTAS/Sine, a cidade chegou a ter 12 mil desempregados, cujos reflexos ainda são percebidos. “Entre as 8 maiores cidades, Passo Fundo conseguiu fechar positivo. Coisas que essas localidades não puderam”, avaliou ao se referir a este período afetado pela crise sanitária do coronavírus.
Perfil do trabalhador
Seja na indústria, no comércio, serviços ou no setor agropecuário, os homens passo-fundenses, com idades entre 18 a 39 anos, predominam no perfil das contratações mais recentes com um salário médio que varia de 1,2 mil a 2 mil reais, como indica o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), responsável por monitorar o fluxo de contratações e demissões em um período de tempo considerado. A pandemia, pontuou Ferrari, também fez surgir um fenômeno de migração de pontos comerciais. Da zona central, os novos empreendimentos foram para as zonas periféricas, se concentrando nos bairros. “Essas crises fizeram os bairros virarem completamente comerciais. O morador que, ao ficar desempregado, investiu e arriscou em um negócio”, afirmou.
Subutilização da força de trabalho
Nos três primeiros meses deste ano, indica o Boletim de Trabalho, 1,13 milhão de gaúchos em idade ativa estavam subutilizados na força de trabalho do Rio Grande do Sul. O número demonstra taxa de 18,8% da população com 14 anos ou mais de idade que estava desempregada, em busca de emprego e disponível para iniciar um trabalho ou trabalhando menos do que 40 horas semanais no Estado.
Os três fatores que representam a subutilização são referentes ao período entre janeiro e março, e mostram uma estabilidade na comparação com o quarto trimestre de 2020 (18,7%) e uma melhora na comparação com o terceiro trimestre do ano passado (21,3%), pior momento da série histórica iniciada em 2012, justifica a pesquisa.
Legenda: Passo Fundo possui 12,5 mil registros de microempreendedor individual, segundo FGTAS/Sine
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil