Falta de chuvas alerta para crise no abastecimento de água

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Níveis das barragens de captação ainda não preocupam (Foto Luciano Breitkreitz)Níveis das barragens de captação ainda não preocupam (Foto Luciano Breitkreitz)
Níveis das barragens de captação ainda não preocupam (Foto Luciano Breitkreitz)
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Com poucas chuvas em janeiro, aumenta a preocupação em relação ao abastecimento de água no Rio Grande do Sul. Na região Norte o fornecimento é de responsabilidade Corsan - Companhia Riograndense de Saneamento. Na área da Superintendência Regional Planalto, com sede em Passo Fundo e que atende mais de 70 municípios, há duas situações distintas: locais com barragens de captação ou através de poços artesianos. O Superintendente Aldomir Antônio Santi destaca que “estamos no quarto ano consecutivo de estiagem, o que prejudicou muito os mananciais subterrâneos, pois quando é maior o tempo de estiagem fica mais difícil a água chegar a esses mananciais”. A consequência já é sentida em municípios que são abastecidos por poços artesianos. “A situação é crítica em São João da Urtiga, onde há mais de três meses levamos água com caminhões-pipa”. Em condições semelhantes estão Alpestre, Água Santa, Ibiaçá, Barão de Cotegipe e outros que dependem de mananciais subterrâneos.

Níveis das barragens

O momento ainda não é crítico em áreas que contam com captação de superfície através de barragens. Nesta condição se enquadram Passo Fundo, Carazinho, Erechim e Vacaria dentre outras cidades. “A situação é de alerta, mas não de preocupação máxima”, enfatizou o superintendente regional. O abastecimento de água potável em Passo Fundo depende de dois mananciais de superfície, através das barragens da Fazenda da Brigada Militar e barragem do Arroio Miranda. A da Fazenda retém o fluxo do Rio Passo Fundo e fica nas proximidades do aeroporto, nas duas margens da BR-285. Já a do Miranda está entre a Embrapa e o trevo de acesso à Cidade Nova. “Na da Fazenda o nível está 1m50 abaixo do nível máximo e no Miranda 40cm abaixo do nível”, contou Santi. Se momentaneamente estes patamares não assustam, há tendência de piorar. Isso porque sabe-se que pelas condições conhecidas a previsão é de apenas chuvas de verão, popularmente conhecidas como ‘molha bobo’ e, portanto, sem propiciar grande acumulações de água.

Transposição

Em Passo Fundo as equipes da Corsan já colocaram em prática ações para garantir o fornecimento. “Estamos fazendo a transposição do Rio Jacuí para a Barragem da Fazenda, com bombeamento de água em uma adutora com 4 quilômetros de extensão”. Além disso, Aldomir disse que a empresa acelerou os serviços de manutenção, evitando perdas com vazamentos na rede de distribuição, “propiciando atendimento o mais rápido possível”. O alerta está relacionado a um conhecido fenômeno: “se o La Niña continuar em fevereiro a situação é bastante preocupante, pois a tendência é cada vez mais baixar os níveis das nossas barragens”, explicou o superintendente.

Desperdício

Se há indicativos de diminuição dos mananciais, já é necessária a colaboração dos consumidores para evitar desperdícios no uso da água potável. “A situação ainda não é grave, mas a tendência é se agravar”, alertou Santi que apela para a conscientização sobre o uso racional. “Não desperdiçar, não lavar calçadas, veículos, não regrar gramados e não encher piscinas, pois a troca da água resulta no uso de grande volume de água”, alertou.

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