Chuva ameniza situação das lavouras de soja na região

Estimativa de perdas no momento é de aproximadamente 25%

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Divulgação/EmaterDivulgação/Emater
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As chuvas recentes trouxeram alívio para os produtores de milho e soja na região, ajudando a conter as perdas causadas pelo déficit hídrico que se agravou desde janeiro. No entanto, para garantir a estabilidade da safra, serão necessárias chuvas regulares nas próximas semanas. A avaliação é de Oribeto Antônio Adami, Supervisor Regional e responsável pela área de cultura da regional da Emater de Passo Fundo.

De acordo com Adami, a região conta com aproximadamente 700 mil hectares cultivados no verão, sendo 10% desta área destinada ao milho. Para o milho plantado em setembro, a safra se mostra positiva devido às chuvas regulares entre setembro e dezembro. "As lavouras que estão sendo colhidas são excelentes, mas representam apenas 10% da área. O ideal seria termos mais milho, mas a soja é a cultura predominante", explica.


Soja

A soja, que ocupa 650 mil hectares, sofreu mais com a estiagem, principalmente as lavouras precoces que floresceram e formaram grãos em janeiro, período de chuvas irregulares e de baixa intensidade. "As perdas nessas áreas variam. Algumas lavouras perderam 20%, enquanto em outras, dependendo da localização e da incidência de chuvas, a perda chegou a 40%", detalha Adami. No geral, a redução da produtividade nessas lavouras precoces é estimada entre 25% e 30%.

As lavouras plantadas mais tarde, principalmente em áreas de resteva de trigo, estavam em condições críticas devido ao déficit hídrico de janeiro. Entretanto, a chuva recente, que variou entre 50 e 120 milímetros dependendo do município, foi determinante para estancar a progressão das perdas e permitir a recuperação do potencial produtivo. "Vai haver perdas mesmo nas lavouras tardias, mas não tão severas quanto prevíamos antes da chuva", afirma o especialista.

Ainda assim, Adami alerta para a necessidade de chuvas constantes até março. "Se não chover por 15 a 20 dias, voltamos ao estresse hídrico, comprometendo a cultura em uma fase essencial, que é o enchimento de grãos. Se tivermos chuvas semanais de 30 a 40 milímetros, teremos uma safra boa", analisa.

O supervisor da Emater reforça que o cenário mudou positivamente, mas ainda depende das condições climáticas nas próximas semanas. "Se a estiagem tivesse continuado, poderíamos ter atingido perdas superiores a 50%. Agora, com as chuvas, estimamos uma redução média de 20% a 25%. Mas o resultado final só poderemos avaliar com precisão ao avançar a colheita", conclui.

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