As transições da educação em Passo Fundo no ano de 2021

Sons comuns na rotina de uma escola, não voltaram no dia 1º e 8 de março, quando o período letivo de 2021 teve início na rede municipal e estadual de Passo Fundo

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Nas escolas municipais, as aulas acabaram no dia 17 de dezembro e na rede estadual no dia 15 de dezembro (Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini)Nas escolas municipais, as aulas acabaram no dia 17 de dezembro e na rede estadual no dia 15 de dezembro (Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini)
Nas escolas municipais, as aulas acabaram no dia 17 de dezembro e na rede estadual no dia 15 de dezembro (Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini)
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O burburinho por todos os ambientes, os gritos aqui e ali denunciando brincadeiras, a sirene tocando alto, os passos ressoando pelos corredores e as cadeiras se arrastando no assoalho: esses sons, tão comuns na rotina de uma escola, não voltaram no dia 1º e 8 de março, quando o período letivo de 2021 teve início na rede municipal e estadual de Passo Fundo. Nesse começo, as telas continuaram a ser a companhia de todos os estudantes.


Ensino Remoto 


Na rede municipal, as aulas já estavam previstas para voltarem de maneira remota. Na rede estadual, em fevereiro, o governo havia retirado o limite de ocupação para o retorno das aulas presenciais em creches, escolas e universidades. Antes restrito a 50% dos alunos em sala de aula, o novo decreto estabelecia que as instituições deveriam cumprir somente um protocolo que garantisse uma distância mínima de 1,5 metros entre as classes dos estudantes, com a Educação Infantil e 1° e 2° anos do ensino fundamental retornando. Porém, com o início das aulas se aproximando e uma bandeira preta presente em todas as regiões do estado, a juíza Rada Maria Metzger Kepes Zaman, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, decidiu suspender o retorno. O Estado chegou a recorrer ao STF, mas os alunos não tiveram escolha: no dia 8, o remoto ainda permanecia.


Ensino Híbrido 


Com o avanço do mês e a publicação de dois decretos em abril, a perspectiva da rotina presencial voltou a aparecer nos horizontes de todos. O Decreto nº 55.852 autorizava a retomada das atividades nas regiões classificadas em bandeira preta que adotassem protocolos de bandeira vermelha e o Decreto nº 55.856 colocou todo o Rio Grande do Sul de volta à bandeira vermelha.

De forma gradual, com turmas regressando em períodos distintos e mantendo o ensino híbrido, que mescla aulas remotas e presenciais, a rede pública e privada voltou a ter aulas presenciais. O retorno não foi obrigatório e quem optou por seguir em casa, deu sequência às atividades propostas pelo modelo de ensino remoto.

Na rede municipal, retornaram no dia 3 de maio um primeiro grupo alunos do pré I e do pré II de escolas de Educação Infantil e na sequência, no dia 10 de maio, estudantes dos primeiros e segundos anos do Ensino Fundamental, com apenas 25% dos alunos por turma. Na rede estadual, do dia 03 de maio até o dia 13, de maneira escalonada, a educação infantil, o ensino fundamental e médio, além do ensino técnico e o curso normal regressaram às salas.

No caso das instituições privadas do município, a organização para retorno das aulas aconteceu de forma independente, seguindo calendário individual, mas também de forma gradual, escalonada e começando pela educação infantil e anos iniciais. 

O que todas tiveram em comum foi o seguimento das regras sanitárias estabelecidas em portaria conjunta das secretarias da Educação e da Saúde, observando o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as classes, uso de materiais individuais e cancelamento de atividades que envolvessem aglomeração ou contato físico. Além do uso ddo sistema de rodízio, onde as turmas foram divididas em dois grupos, de modo que cada aluno tivesse aulas presenciais durante uma semana e permanecesse em casa na outra. 

Ainda em maio foi dada a largada da vacinação em trabalhadores da educação e com o avanço na imunização de professores, mais 15 escolas da rede pública municipal voltaram à presencialidade no mês de junho. Em julho, com o recesso escolar iniciado no dia 26, a volta das aulas no dia 3 de agosto ficou marcada pelo regresso de toda rede municipal ao ensino presencial, com os estudantes do terceiro ao nono ano do ensino fundamental, além dos alunos dos anos iniciais que já haviam tido o retorno nos meses anteriores.

Em setembro, chegou a vez dos pequenos do maternal II voltarem às atividades presenciais. As creches, que ainda não haviam voltado a receber as crianças, tiveram suas portas abertas para cerca de 950 alunos, de 32 escolas de Educação Infantil. Além dos protocolos sanitários, se tornaram pontos importantes a logística de alimentação e a implementação do ensino híbrido, já que muitas das crianças nunca haviam frequentado uma escola antes.


Ensino Presencial 


O final de ano começou a se aproximar e com ele os sons de conversas, os gritos de crianças pelo pátio das escolas e o barulho do giz deslizando na lousa passaram a ser ouvidos diariamente nas instituições. Por meio do Decreto 56.171, que passou a vigorar em 8 de novembro, a volta às aulas presenciais passaram a ser obrigatórios em todas as redes de ensino. A normativa assegurava a permanência no regime híbrido ou virtual aos alunos com comorbidades, comprovadas mediante a apresentação de atestado.

Dentre as regras que as instituições precisaram seguir, estava o distanciamento mínimo de 1 metro entre os estudantes na sala de aula, que no novo decreto também possibilitou que asque não conseguissem garantir o distanciamento devido ao tamanho do espaço físico da escola, poderiam adotar o sistema de revezamento dos estudantes. Por esse motivo, no dia 8 de novembro, ao menos oito escolas municipais e sete escolas estaduais de Passo Fundo mantiveram o sistema de revezamento no primeiro dia de retomada 100% presencial das aulas. Entretanto, no dia 19 de novembro, a obrigatoriedade do distanciamento entre os estudantes foi retirada e assim as escolas conseguiram se organizar para atender todos na presencialidade.

Por fim, o ano letivo de 2021 se encerrava no município de Passo Fundo. Nas escolas municipais, as aulas acabaram no dia 17 de dezembro e na rede estadual no dia 15 de dezembro.


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