Depressão

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A tristeza é um sentimento natural e necessário ao ser humano e que costuma ocorrer em qualquer tipo de luto. Este termo - luto - é usado não só para expressar o sentimento do sofrer em si mesmo, mas também para revelar a dor da perda de algo valioso ou importante. A pessoa triste reage a situações do ambiente. A depressão, por sua vez, pode aparecer após uma situação desagradável de perda, ou sem qualquer justificativa aparente. Mesmo quando associado a um fator precipitante consciente, o grau de tristeza na depressão é desproporcional e sua duração é prolongada. A pessoa triste alegra-se com situações ou notícias positivas, o que não ocorre durante a depressão. "O céu permanece cinza, mesmo havendo um dia ensolarado", relatou-me uma vez um paciente. A tristeza melhora com o tempo: horas ou dias. A depressão pode durar meses, anos ou uma vida inteira. Facilmente, podemos entender alguém que está triste após uma perda. Não conseguimos é compreender que uma pessoa sem maiores problemas ou até em situações invejáveis permaneça deprimida e sem esperança. Podemos controlar nossa tristeza com um pouco de esforço; a depressão é mais forte do que a vontade. Quando tentamos alegrar o paciente deprimido, levá-lo para locais de lazer ou insistir que ele se ajude, aumentamos sua irritação, seu mal-estar e não há melhora da depressão. Então, qual a razão de algumas pessoas fazerem seu luto e retornarem à normalidade de suas vidas em contrapartida a outras que desemboca em uma depressão. Em resumo são os fatores genéticos, de personalidade e ambientais. Como fator genético, podemos citar quando há uma forte predisposição familiar para a depressão, fato observado em vários parentes próximos. Como aspectos pessoais, isto é, os conflitos de personalidade que deixam o indivíduo mais vulnerável. Podemos citar como exemplo, uma pessoa extremamente tímida e dependente que perde o companheiro. Este lhe complementava em situações sociais, familiares e até profissionais. Sozinho, o cônjuge permanecente não terá condições de preencher, talvez, nenhuma dessas necessidades. Esta privação será um importante fator impulsionante à crise depressiva. Por fim, como fator ambiental, podemos citar o que muitas vezes acontece nesta época, final do ano. Neste momento do ano, há naturalmente um balanço de nossa vida e da vida das pessoas que nos são queridas. Evidenciamos as vitórias e as derrotas, os planos realizados e aqueles que foram deixados de lado, os amigos que ganhamos, e aqueles que não temos contato, nossa vida financeira, afetiva e enfim o nosso todo. Com alguma frequência nos decepcionamos com nós mesmos e neste momento ficamos tristes e em pessoas suscetíveis é possível que venham a desenvolver um episódio depressivo. O que fazer? Cuide bem de si mesmo, das suas relações interpessoais e de seus amigos, dessa maneira estará tendo uma atitude preventiva em relação a sua saúde mental. Sucesso e limites são o que nós mais precisamos e desejamos.

Colaborou:
Juliano Szulc Nogara, psiquiatra, especialista em dependência química

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