Uma nova arma contra a obesidade pode surgir nos próximos anos. Apostando na ineficiência energética, um grupo de pesquisadores norte-americanos, coordenados por Alexey Alekseev, da Clínica Mayo, conseguiu fazer com que os músculos de ratos de laboratório virassem gastadores de energia, tornando-os resistentes ao acúmulo de energia e combatendo a obesidade.
No estudo, os camundongos foram submetidos ao tratamento e perderam parcialmente a resistência física durante exercícios mais pesados. Apesar do resultado, os cientistas acreditam terem dado o primeiro passo contra o excesso de gordura, que pode ser aplicada em humanos com modificações.
Alekseev e sua equipe precisarão, agora, descobrir uma maneira de driblar o organismo do ser humano, acostumado a economizar o máximo de energia para continuar vivo. Um desses mecanismos para evitar o gasto excessivo é o chamado canal de potássio sensível a ATP, molécula que é o principal combustível do organismo. Esse canal, o KATP, avisa as células sobre a disponibilidade de energia, impedindo que elas gastem mais do que podem obter do corpo.
A partir das pesquisas, os cientistas buscaram retirar esses sensores que não dispunham dos canais KATP em suas células musculares e compararam o desenvolvimento e o metabolismo dos bichos com outro grupo de camundongos, sem alterações genéticas. As duas classes de camundongos foram acompanhadas durante cerca de um ano, por meio da comparação de parâmetros como consumo de oxigênio e presença de gordura corporal.
Ambos os tipos de roedores receberam, em dado momento, dietas ricas em gordura, semelhantes às que levam à obesidade em humanos. Na conclusão do estudo, os camundongos sem os canais KATP, quando submetidos à dieta "gorda", acabam com peso normal, equivalente ao dos camundongos não modificados com dieta mais regrada.