Dia de combater a tuberculose

Interromper o tratamento antes dos seis meses não cura o paciente e torna o bacilo causador da doença mais resistente aos medicamentos

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Glenda Mendes/ON

Doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas que pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges, a tuberculose ainda faz vítimas pelo país. Apesar de ter cura, um dos agravantes para a não erradicação da doença é o abandono do tratamento. A medicação é distribuída gratuitamente, mas muitos pacientes não fazem o tratamento adequadamente, o que acaba por aumentar a resistência do bacilo de Koch, causador da tuberculose.

Por isso, desde fevereiro um novo medicamento foi acrescentado ao tratamento, além dos três que já eram utilizados. Para a SPTRS (Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul), a mudança é positiva, mas mostra a resistência do bacilo ao antigo tratamento. Outro alerta da sociedade é sobre a falta de controle adequado da incidência da doença. A prova disso é que o número de casos vem aumentando no Brasil com o aparecimento de cerca de 90 mil novos casos ao ano.
Para lembrar da importância de prevenir e tratar a doença, em todo mundo o dia 24 de março é dedicado ao tema, quando acontece o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. "A resistência do bacilo aos medicamentos aumenta porque muitos abandonam o tratamento, que dura seis meses. Falta organizar e preparar o serviço de saúde para exercer um maior controle, especialmente entre as comunidades mais pobres, que são as grandes vítimas da doença", diz o pneumologista Renato Gutierrez, membro da diretoria da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul.

De outro lado, a relação entre a infecção pelo HIV e desenvolvimento da tuberculose chega a 30% somente na Capital, segundo dados da SPTRS. A baixa imunidade de que sofrem os pacientes HIV positivos favorece o desenvolvimento da tuberculose de forma simultânea. No Brasil, 315 municípios são considerados prioritários para o combate à doença. Desses, 24 estão no Rio Grande do Sul e Passo Fundo é um deles. Por isso, o município dispõe de um laboratório específico para o atendimento aos pacientes com tuberculose. A unidade funciona no antigo quartel e oferece o medicamento, orienta e acompanha o tratamento. O acesso ao serviço acontece principalmente quando a doença é identificada nas unidades de saúde dos bairros. Depois de realizado o exame que comprova a doença, o paciente é encaminhado ao Ambulatório de Tuberculose e Hanseníase, que é um órgão vinculado à Secretaria de Saúde.

Segundo o ambulatório, uma média de 50 pacientes por ano faz o tratamento em Passo Fundo. Após feito o diagnóstico, inicia-se tratamento, com medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde. O acompanhamento é feito por exames mensais, por meio de consultas e na entrega dos medicamentos. De acordo com informações do ambulatório, seguindo o tratamento até o final a doença é curada. Porém, quando ocorre o abandono, uma das tarefas do ambulatório é buscar o paciente e incentivá-lo a retornar ao uso dos medicamentos.

Sintomas e transmissão
Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples, que são ignorados durante alguns anos ou meses. Contudo, na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue, cansaço excessivo, febre baixa geralmente à tarde, sudorese noturna, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão, fraqueza e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração, eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão).

A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo. (Fonte: Ministério da Saúde)

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