Um estudo conduzido entre fevereiro e junho de 2008, com 291 médicos nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, avaliou 2.810 indivíduos em tratamento de hipertensão arterial para verificar o controle da doença. O trabalho Controlar Brasil, liderado pelo professor e doutor Fernando Nobre, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, contou com a participação de mais de 300 médicos de todas as regiões do país e está para ser publicado.
Na análise total, independentemente da condição a que se enquadravam os indivíduos, 1.497 (53,3%) deles apresentavam-se com pressão arterial maior que 140 x 90 mm Hg, valor esse considerado inadequado. Para pacientes de alto risco, o controle da doença não passa dos 35%. Conclui-se, portanto, que mais de 45% deles não estavam com a pressão adequadamente controlada.
O estudo dividiu os indivíduos avaliados em quatro grupos pré-definidos de risco crescente. O controle da pressão arterial segundo em cada grupo foi, respectivamente: grupo A = 61,7%, Grupo B = 42,5%, Grupo C = 41,8% e Grupo D = 32,4%. Isso mostra um cenário ainda mais grave, pois os indivíduos de maior risco e que, portanto, necessitam de controle mais intenso eram exatamente os que menos apresentavam a pressão arterial controlada.
Dados
A doença atinge 30% da população brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil, é responsável por 40% dos infartos, 80% dos acidentes vascular cerebral e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. As graves consequências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as DNTs (doenças crônicas não transmissíveis), inclusive hipertensão, são responsáveis por 59% das mortes no mundo, chegando a 75% nos países das Américas e no Caribe. No caso do Brasil, 62,8% do total de mortes por causas conhecidas, em 2004, estavam relacionadas às DNT.