Acidente vascular cerebral, o que é?

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Dores de cabeça constantes são comumente ligadas a um risco maior de ser acometido por um acidente vascular cerebral, um AVC. Para a população, o problema atende por outros nomes e seguidamente é chamado apenas de derrame. Mas um AVC pode ser hemorrágico, e então ser o popular derrame, ou isquêmico, que possui algumas características diferentes.

Uma das autoridades no assunto em Passo Fundo é o neurologista e neurocirurgião José Ricardo Vanzin, do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia. Foi com ele que o Medicina & Saúde conversou para entender o que é um acidente vascular cerebral.

Medicina & Saúde - Existe apenas um tipo de AVC?
José Vanzin - As doenças do aparelho circulatório são a principal causa de morte no Brasil. A doença cerebrovascular tem grande impacto sobre a saúde da população e representa a maior causa de sequela. Existem dois tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico, chamado popularmente de derrame cerebral. Estima-se que 85% dos AVCs sejam isquêmicos e 15% hemorrágicos. O isquêmico manifesta-se quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sanguíneo do corpo. O hemorrágico, quando o vaso sanguíneo se rompe, extravasando sangue. O AVC isquêmico pode acontecer de duas formas, por trombose arterial, que é a formação de um coágulo de sangue dentro do vaso, geralmente sobre uma placa de gordura, levando a uma obstrução total ou parcial. Os pontos mais frequentes são as artérias carótidas e cerebrais. Já a embolia cerebral é quando surge um coágulo (formado em um coração doente) ou uma placa de gordura que se desprende ou se quebra, geralmente na carótida, que corre por uma artéria até encontrar um ponto mais estreito, onde não consegue passar, obstruindo a passagem do sangue.

M&S - Quais as formas de prevenção?
JV - De forma geral, devemos ter bons hábitos de vida, manter uma alimentação saudável e equilibrada, não permitir que o estresse invada sua vida, dormindo o suficiente para um bom descanso físico e principalmente mental. Não deixe de fazer as atividades que lhe são prazerosas, como praticar um esporte, jantar com os amigos, ir ao cinema ou qualquer coisa que proporcione uma sensação de muito prazer. Beba mais água, o corpo precisa manter-se sempre hidratado. Abandone o hábito de fumar. Deixar o tabaco não é fácil, porque implica em uma dependência física (nicotina) e psíquica (o vício). A prevenção do AVC depende especialmente, segundo estudos recentes, na redução do consumo de sal e álcool, realização de exercício físico e tentar ficar longe das situações de estresse, o que ajuda a manter os níveis de pressão ótimos. Os benefícios são ainda maiores se aumentar o consumo de frutas e verduras e reduzir gorduras saturadas da alimentação. Uma ótima pressão é considerada a 120/80 mmHg. Devemos ficar realmente muito atentos com a dieta, para conseguirmos manter os níveis de colesterol ideais.

M&S - Como é feito o diagnóstico?
JV - De maneira geral, a principal característica é a rapidez com que aparecem as alterações: em questão de segundos a horas. Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo, com dificuldade para se movimentar, alteração da linguagem, passando a falar de forma enrolada ou sem conseguir se expressar, ou ainda sem conseguir entender o que lhe é dito, perda de visão de um olho ou de parte do campo visual de ambos os olhos, dor de cabeça súbita, seguida de vômitos, sonolência ou coma, perda de memória, confusão mental e dificuldades para executar tarefas habituais.

M&S - Existe uma faixa etária mais atingida?
JV - Sim, quanto mais idosa uma pessoa, maior a probabilidade de ter um AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter. Até os 51 anos de idade os homens têm maior propensão do que as mulheres, depois dessa idade, o risco praticamente se iguala.

Confira a matéria completa sobre o AVC na edição impressa do caderno Medicina & Saúde deste final de semana.

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