A dosagem da hemoglobina glicada, um exame muito usado para avaliar o controle da glicemia em pacientes diabéticos, pode ajudar a predizer não só o risco de diabetes mas também as chances de derrame, doenças cardiovasculares e mortalidade em geral, de acordo com um estudo da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, publicado no New England Journal of Medicine, feito com mais de 11 mil norte-americanos sem histórico de diabetes ou de doença cardíaca. As amostras foram coletadas entre 1990 e 1992 e os voluntários foram acompanhados por 15 anos.
O teste da hemoglobina glicada - também conhecida como A1c - mede o nível de glicose depositado nos glóbulos vermelhos do sangue nos últimos três meses. Quanto maior a concentração de açúcar em circulação, maior a quantidade nessas células. Segundo especialistas, os níveis da A1c não são afetados por fatores, como estresse ou doenças, como ocorre com a glicemia de jejum, exame padrão utilizado atualmente para diagnosticar diabetes.
Enquanto a glicemia de jejum revela apenas os níveis de glicemia do dia anterior, podendo dar uma falsa noção do estilo de vida da pessoa, a hemoglobina glicada tem um papel de prognóstico. Altos níveis dela significam que a pessoa não está conseguindo controlar bem a glicemia, o que aumenta o risco cardiovascular.
Sabe-se que o excesso de açúcar no sangue pode provocar lesões na parede dos vasos que facilitam a formação de placas de aterosclerose, capazes de causar infartos e derrames. No estudo, o aumento nos níveis da A1c foi associado a um maior risco de diabetes, doença cardiovascular e mortalidade em geral. Segundo o artigo, taxas de hemoglobina glicada entre 5% e 5,5% foram consideradas normais. O aumento a partir disso eleva o risco de diabetes, e taxas acima de 6,5% sinalizam a doença.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes, New England Journal of Medicinea / Divulgação: Graffo Notícias Infográficas