Uma pesquisa elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Ministério da Saúde mostrou que 17,2% brasileiros fumam e, desses, 52,1% pensam em parar. Para chegar a esse número, O IBGE entrevistou 39 mil brasileiros. O estudo realizado no Brasil confirma a importância do esforço está sendo feito em relação à regulação da propaganda de cigarros. Ao todo, 65% dos entrevistados pelo IBGE pensaram em parar de fumar por causa das fotos ou advertências nos maços de cigarro. O fumo foi reconhecido pelos entrevistados como causa de derrame (73,1), ataque cardíaco (86%) e câncer de pulmão (95%).
De outro lado, estão os fumantes passivos, para os quais a diminuição da exposição à fumaça do cigarro é uma decisão que não cabe a eles. Um estudo demonstrou que apenas duas horas de exposição contínua à fumaça já causa alterações nas paredes dos vasos sanguíneos, podendo provocar infarto ou derrame, de acordo com estudos do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração de São Paulo. Essa é a terceira causa evitável de morte no mundo.
Especialistas afirmam que quem convive com a fumaça do tabaco tem cerca de 25% mais chances de ter doenças do coração, por exemplo, e 30% mais probabilidade de sofrer de câncer de pulmão. Por isso, conviver com fumantes pode provocar males ao organismo quase tão grandes quanto o hábito de fumar.
A frequência de doenças respiratórias dobra quando a criança mora com um adulto fumante. Quando são dois fumantes, a incidência de pneumonias é 40% maior e chega a 50% quando há mais de duas pessoas que usam cigarro na casa. Mas não são só os pequenos que sofrem. Alergias e doenças respiratórias tornam a fumaça mais que um incômodo para as pessoas.
Para lembrar o Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, o Medicina & Saúde dedica-se a explorar o tema. Para isso, conversamos com o médico pneumologista Luis Amauri da Silveira Palma.
Medicina & Saúde - Qual a relação entre tabagismo e câncer de pulmão?
Luis Palma - Há aproximadamente um século, verificou-se um aumento progressivo na prevalência do tabagismo e associado a isso um aumento nas estatísticas de ocorrência de câncer de pulmão. Vários estudos documentam uma relação direta do tabagismo com esse câncer. Esse aumento é proporcional à quantidade de cigarros fumados por dia, anos de tabagismo e da suscetibilidade de cada indivíduo. Nesse mesmo período, notou-se um aumento do tabagismo entre as mulheres e, consequentemente, um aumento progressivo nos casos de câncer de pulmão.
Confira a entrevista completa na edição do caderno Medicina & Saúde deste final de semana (29-30)