Redação/ON
A segunda-feira, 31 de maio, foi marcada pela comemoração do Dia Mundial do Combate ao Tabagismo. Além de ser conhecidamente uma das principais causas evitáveis de morte, o cigarro é também prejudicial a quem não fuma, mas convive com fumantes, que são expostos ao chamado fumo passivo. Apesar de conhecerem os alertas que são veiculados, inclusive, nas carteiras de cigarro, muitos fumantes desconhecem que prejudicam quem está a sua volta. E quando se trata de filhos que convivem com pais fumantes, os riscos são ainda maiores.
De acordo com o médico pneumologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Luis Amauri da Silveira Palma, a fumaça que é expelida pelo fumante pode ser fator de risco para quem está por perto. “As pessoas expostas passivamente à fumaça do cigarro têm o dobro de chance de desenvolverem o câncer de pulmão quando comparadas a pessoas que não fumam e não são expostas à fumaça. Ao observarmos um casal, por exemplo, no qual um dos dois fuma e o outro não, é comum ocorrer a apresentação de bronquite crônica e enfisema pulmonar no indivíduo não fumante”, salienta Palma. E quando o foco são os filhos de pais fumantes, o médico alerta que eles apresentam uma incidência elevada de infecção respiratória. “Além disso, os que possuem asma brônquica podem evoluir para episódios frequentes de descompensação e controle mais difícil de sua doença”, ressalta o médico.
Mas nem todas são más notícias para os fumantes. A boa nova é que é possível parar de fumar. Em depoimento no site do jornal (www.onacional.com.br) o leitor Lauro conta que venceu esta batalha: “Amigo, você é fumante? Leia esta matéria e decida parar de fumar. Eu afirmo: não é difícil. Basta querer. Eu fumei por 32 anos e agora completa um ano que não fumo. Parei repentinamente. E não passei mal não, muito pelo contrário, melhorei muito de saúde. Prometa para você mesmo não fumar mais, e cumpra a promessa. Pronto. Repito: basta querer. Você pode! Confie em você”, relata o leitor.
Foco nas mulheres
Mesmo com toda a difusão de informações sobre os malefícios do cigarro, o percentual de fumantes ainda se eleva a cada ano, principalmente entre as mulheres. O assunto é tão relevante que o foco da campanha do Ministério da Saúde este ano foi nas mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo é responsável por 40% das mortes de mulheres com menos de 65 anos. No que se refere ao aparecimento de doença coronariana, o índice de mortes é 10% maior entre as mulheres menores de 65 anos que têm o hábito de fumar. Outro dado importante apresentado pelo Ministério é o aumento em 30% do risco das mulheres que convivem com fumantes, dentre eles o marido, de desenvolverem o câncer de pulmão.
O problema é ainda maior quando se trata de gestantes. O fumo entre as grávidas é altamente associado aos casos de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos. Da mesma forma, quando convive em ambiente poluído pela fumaça que vem do cigarro, a gestante está mais suscetível a absorver substâncias tóxicas e passá-las, pelo sangue, para o feto ou, mesmo, durante a amamentação.