Reunião entre amigos, papo em dia, cerveja gelada na mesa. A cena comum do cotidiano do brasileiro, em que muitos estão acostumados ao vê-las nos finais de tardes e início do horário boêmio pode apresentar um perigo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em recente estudo, realizado em vários países do mundo com intuito de medir o consumo de álcool nas regiões, o Brasil teve como considerado como grave o nível de dependência da bebida.
A pesquisa entrevistou mais de 5 mil pessoas na região metropolitana de São Paulo, escolhida para representar o País. Os dados apontaram que em uma escala que vai de 1 a 4, mostrando o quanto é prejudicial o consumo em cada País, o Brasil recebeu nota 4, a de maior gravidade.
O estudo revelou ainda que 86% dos entrevistados no país tupiniquim haviam consumido ao menos 1 dose de bebida alcoólica na vida, e 56,2% consomem regularmente (pelo menos 12 doses em 12 meses). A taxa de dependência avaliada foi de 3,3% e a de abuso, de 9,4%.
No topo da lista dos países que mais consomem bebidas alcoólicas por pessoa ao ano, estão Rússia, Ucrânia, Índia, Lituânia, entre outros. Nos Estados Unidos, o consumo de álcool foi avaliado como mediano.
A combinação de jovens, álcool e direção não é nada perfeita. Pelo contrário, é um dos principais passos para a ocorrência de um acidente grave de trânsito. Entretanto, uma pesquisa realizada há menos de dois anos por alunas de psicologia da UPF Campus Carazinho demonstrou que 60% dos homens entrevistados já dirigiu bêbado. A pesquisa foi realizada pelas alunas, hoje psicólogas, Francisca Linck e Valesca Braga e coordenada pela professora Maristela Piva.
Álcool e acidentes de trânsito têm uma relação de alta incidência, segundo a nossa pesquisa, segundo afirmam as pesquisadoras. De acordo com elas, a maioria das pessoas pesquisadas que se envolveram em acidentes de trânsito fizeram uso de bebidas de álcool, demonstrando que é alta a incidência de jovens que dirigem e bebem.
A pesquisa
A pesquisa entrevistou 174 acadêmicos de oito cursos da UPF Carazinho, sendo 91 mulheres e 83 homens. Destes, 110 tinham entre 17 e 22 anos e 64, de 23 a 28 anos. A observação das pesquisadoras foi de que a conduta do motorista do sexo masculino é bastante diferente do feminino. Pesquisas em nível nacional e internacional já apontavam para esta diferença, mas elas perceberam que o comportamento no trânsito do homem é mais audaz, de maior risco. Tanto, que a maioria deles diz que corre e que bebe. Já entre o público feminino, a porcentagem que afirma beber e correr é bem menor.
Entre os homens, mais de 80% respondeu que dirige muito bem. Por outro lado, entre as mulheres, em torno de 40% dizem que dirigem bem. E é essa valorização da capacidade de conduzir o veículo está muita relacionada a uma coisa de construção de identidade masculina, conforme enfatizam. Quando chegam na adolescência, a maior parte do meninos pensa em dirigir e correr, como se isso representasse a potência ou masculinidade, mas acaba se refletindo, muitas vezes, na imprudência.
Da mesma forma, a prudência, o cuidado no trânsito é encarada como uma característica feminina, o dirigir devagar, o bom senso não faz parte daquele universo audaz dos meninos. E, muitas vezes, os que tentam dirigir assim são motivo de chacota, são taxados de medrosos, avaliaram.
Os números
A pesquisa apontou que:
* 57% dos acidentes envolvem motoristas homens
* 30% envolvem motoristas mulheres
* 60% dos homens afirmaram que dirigiram bêbados
* 20% das mulheres disseram dirigir bêbadas
* 70% dos entrevistados responderam já ter feito rachas
* 87% dos homens dizem que dirigem bem
* 38% das mulheres dizem dirigir bem
* 30% das mulheres dizem dirigir mais ou menos
* 77% dos entrevistados disseram ter perdido alguém no trânsito de forma inesperada
* 57% responderam que tentariam impedir que um amigo embriagado conduzisse um veículo
No topo da lista dos países que mais consomem bebidas alcoólicas por pessoa ao ano, estão Rússia, Ucrânia, Índia, Lituânia, entre outros. Nos Estados Unidos, o consumo de álcool foi avaliado como mediano
Em recente estudo, realizado em vários países do mundo com intuito de medir o consumo de álcool nas regiões, o Brasil teve como considerado como grave o nível de dependência da bebida.