Entre as mulheres, um dos cânceres mais prevalentes e que mais causam apreensão é o de mama. O 18 de julho marca o Dia de Combate ao Câncer de Mama. E para combatê-lo, faz-se com prevenção.
"Existe uma tendência mundial no crescimento do número de casos de câncer. Isso está ligado especialmente ao envelhecimento da população, a uma questão demográfica (a população mundial está aumentando) e também à exposição aos diversos fatores de risco ligados a doença", explicam os médicos oncologistas Rodrigo Ughini Villarroel, Luis Alberto Schlittler e Nicolas Lazaretti, do Cito (Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica). Os fatores de risco a que eles se referem são o tabagismo, sedentarismo, contato com carcinógenos ambientais, a alimentação inadequada, contendo excesso de gordura animal, corantes e conservantes. Segundo os médicos, somente 10% dos casos apresentam algum fator genético (hereditário) para a doença.
"Neste ano, depois dos cânceres de pele, o tumor maligno mais frequente na população feminina brasileira deve ser o câncer de mama, com cerca de 50 mil casos novos", comentam. O diagnóstico e tratamento dos diferentes tipos de câncer, em todas as idades, sofreram expressivos avanços nos últimos 20 anos. "Hoje reconhecemos que o câncer de mama deve ser visto como uma doença heterogênea, ou seja, existem subtipos de câncer de mama que se caracterizam por apresentar diferentes evoluções clínicas e respostas aos tratamentos entre as pacientes. Modernos métodos de imagem, análises bioquímicas e métodos de biologia molecular têm permitido o diagnóstico apurado, acompanhamento adequado e avaliação do prognóstico dos pacientes", salientam os oncologistas.
Para melhor conhecer a doença e saber como preveni-la, os oncologistas do Cito elaboraram algumas dicas e explicações sobre o câncer de mama. Confira a seguir.
Câncer de mama
É o câncer mais comum na mulher, ocupando o primeiro lugar em incidência e mortalidade no Rio Grande do Sul, no Brasil e em grande parte do mundo. Estima-se que uma em cada oito mulheres vai desenvolver câncer de mama ao longo de sua vida, entretanto, a curabilidade nas fases iniciais é maior que 90%.
Qual a causa?
Existem diversas situações que quando presentes, aumentam as chances de que se desenvolva o câncer de mama, são os chamados fatores de risco. Entre os principais podemos destacar:
- Nuliparidade (nunca ter engravidado)
- Primeira gestação após os 30 anos
- Ausência de amamentação após a gestação
- Oobesidade
- Inatividade física (sedentarismo)
- Menarca precoce (antes dos 12 anos)
- Menopausa tardia (após 55 anos)
- Histórico familiar
- Alimentação rica em carne vermelha e gorduras
- Ingestão de álcool
- Uso de reposição hormonal após a menopausa por um período maior que 5 anos
Como fazer o diagnóstico precoce?
Os métodos recomendados rotineiramente atualmente são o autoexame das mamas, o exame clínico feito pelo médico e a mamografia. O autoexame deve ser feito com técnica adequada e pode ser iniciado a partir dos 20 anos e ser repetido mensalmente, sempre após a menstruação ou em uma mesma data do mês naquelas mulheres que já estão em menopausa.
O exame clínico das mamas deve idealmente ser realizado por um médico a cada três anos entre os 20 e 40 anos e anualmente após os 40 anos. A mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos.
Mamografia
A mamografia é uma imagem radiográfica da mama feita a partir de um simples procedimento de raios X. As mamografias podem revelar anomalias (irregularidades) tanto benignas quanto malignas muito antes que você ou seu médico possam percebê-las. Como resultado, as anomalias podem ser detectadas quando ainda estão pequenas, tornando-as geralmente mais fáceis de ser tratadas, com maior possibilidade de cura.
Qual a eficiência do exame?
Apesar de não ser um exame infalível, a mamografia ainda é o exame de escolha quando é preciso detectar o câncer de mama em um estágio inicial. Vários estudos apontam para uma redução de até 30% na mortalidade por câncer de mama em populações rotineiramente rastreadas com esse método. Pode-se dizer que a mamografia salva vidas.
Quais as novidades no rastreamento e prevenção?
A ecografia mamária pode ser muito útil em algumas situações em que a mamografia é inconclusiva. Além disso, a ressonância magnética está sendo muito estudada como método de rastreamento complementar para as mulheres consideradas como sendo de alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama.
Colaboraram
Luis Alberto Schlittler, Rodrigo Ughini Villarroel Nicolas Lazaretti, oncologistas do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica