Por que o joelho dói tanto?

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Muito exposta e bastante vulnerável, a articulação do joelho pode ser a protagonista de reclamações de dores intensas. "A dor no joelho é uma queixa um tanto comum, a maioria delas originando-se de trauma por esforço. Traumas graves com ligamentos lesionados ou rompidos resultam em dor e instabilidade da articulação do joelho", explica Andréa Borges da Silva, fisioterapeuta e acupunturista da Vitta Vergueiro. De acordo com ela, o joelho também é passível de outros tipos de lesões, como luxação da patela, bursite patelar e efusões articulares. "A dor pode estar associada ao joelho como na doença de Legg-Calve-Perthes, que tem sua real origem no quadril, mas cujo primeiro sintoma pode ser a dor no joelho. Outras condições que podem levar à dor no joelho são a infecção na articulação (articulação séptica), artrite, sangue na articulação do joelho (hemartrose), tumores ósseos, cisto de Baker e doença de Osgood-Schlatter", salienta Andréa.

Artrose

"A artrose é uma doença articular na qual o primeiro tecido a ser atingido é a cartilagem que fica na superfície dos ossos. Atinge, em sua maioria, idosos e as baixas temperaturas costumam agravar as dores de quem sofre da doença", comenta a fisioterapeuta.

Segundo ela, as articulações dos joelhos estão entre as mais comumente afetadas pela artrose. "Sintomas de artrose no joelho incluem rigidez, inchaço e dor, que tornam difícil andar, subir escada, sentar e levantar de cadeiras e banheiras. Artrose nos joelhos pode ser incapacitante", ressalta Andréa.

A doença pode aparecer a partir dos 30 anos, mas aos 50 a prevalência aumenta bastante e aos 70 anos, estima-se que 85% das pessoas mostrem alterações. Joelhos e coluna cervical são os locais mais atingidos. "Existe uma variedade de condições que podem desencadear ou piorar a artrose, por exemplo, fazer muito esforço físico sem orientação, alterações bioquímicas da cartilagem e fatores genéticos também influenciam", alerta.

De acordo com Andréa, a artrose já foi considerada uma doença progressiva, de evolução arrastada, sem perspectivas de tratamento, encarada por muitos como natural do processo de envelhecimento. Hoje, sabe-se que é possível modificar o seu curso evolutivo, tanto em relação ao tratamento imediato, quanto a antecipar os problemas que podem vir a ocorrer. "As mulheres sentem mais dores do que os homens, devido a questões biológicas ligadas aos hormônios, fazendo com que a quantidade de receptores e neurotransmissores seja diferente entre os sexos", avalia.

O que fazer para minimizar as dores?
Andréa dá as dicas de como melhorar os sintomas e evitar a doença.
Como prevenção: exercícios regulares podem corrigir desequilíbrios, aumentar a flexibilidade e prevenir lesões. O ideal é fazer exercícios físicos leves, ótima forma de prevenir as artralgias (dores nas articulações), preferir atividades na água, como hidroginástica e hidroterapia (fisioterapia aquática), natação pode manter os músculos tonificados mesmo quando os joelhos estiverem um pouco sensíveis, caminhadas entre 20 e 30 minutos diários são ótimas, mas alguns cuidados precisam ser tomados nos dias frios, sempre alongue-se no final da sua atividade e os exercícios devem ser supervisionados por um profissional, os movimentos não podem ser realizados em demasia ou mesmo em quantidade inferior ao necessário.
Como tratamento: acupuntura tem grande destaque como terapia alternativa para amenizar a dor crônica articular. A conduta visa ao alívio da dor, a estacionar o processo de degeneração da cartilagem e à melhora da lubrificação articular. O tempo de tratamento varia de acordo com a causa, intensidade, gravidade e local da dor.

Fisioterapia: na maioria dos casos é possível controlar a incidência das dores, desde que o tratamento seja realizado de maneira adequada e medidas de prevenção de crises sejam instituídas, evitando a recorrência dos sintomas, a conduta terapêutica baseia-se na analgesia, fortalecimento e alongamento da musculatura adjacente do joelho. Antes de o fisioterapeuta iniciar qualquer procedimento, ele deve considerar todas as informações do paciente, a fim de traçar uma linha de tratamento individualizado para cada indivíduo.

Mais dicas

Olhe para o seu pé - uma causa comum de problemas no joelho é a pronação excessiva (rotação dos pés para dentro). Um certo grau de pronação é normal, mas o excesso pode causar problemas nos joelhos porque os tira do alinhamento.
Compre os sapatos corretos - o corpo pode tolerar um salto de cerca de dois centímetros, saltos mais altos jogam o corpo para a frente e sobrecarregam os joelhos. Para esportes, compre calçados desenvolvidos para a prática: calçados de caminhada para caminhar, calçados de corrida para correr e assim por diante. Usar calçados de corrida para caminhar pode causar dores na tíbia e, em alguns casos, dores no joelho.

Substitua os calçados frequentemente - problemas nos joelhos são simplesmente o resultado de caminhar ou correr com sapatos que estão desgastados.

Verifique o alinhamento dos joelhos - se tiver pernas arqueadas ou os joelhos para dentro, você está mais propenso a ter problemas nos joelhos. Se você não estiver alinhado, atividades como natação ou ciclismo, em que os joelhos não carregam muito peso, têm menos probabilidade de causar dores do que uma corrida, por exemplo (se escolher o ciclismo, certifique-se de que o banco está na altura adequada, a perna deve ficar quase totalmente estendida quando o pedal alcançar o nível inferior para evitar a tensão no joelho).
Não confie em joelheiras - frequentemente pessoas usam joelheiras ou ataduras compradas em farmácias. A joelheira torna você consciente do joelho e o lembra de evitar treinar excessivamente, mas não corrige ou previne problemas. Na verdade, pode dar a falsa impressão de segurança e fazê-lo a ser menos cuidadoso do que deveria. E fique atento: se o joelho dói o suficiente para querer atá-lo, o aconselhável é consultar um médico.

Evite atividades que possam lesionar os joelhos - flexões violentas e agachamentos podem parecer grandes aliados da boa forma, mas exigem demais dos joelhos. Ajoelhar também, especialmente sobre superfícies duras.
Não fique sentindo dores - a dor é um sinal de que algo está errado e que, se forçá-lo, pode causar mais problemas. Nesse caso, procure um médico.

Troque as superfícies - se você caminha ou faz cooper na estrada, faça isso na parte mais plana (as estradas inclinam-se para baixo em direção às margens para que a água seja drenada). Se a margem da estrada for sua única opção, mude de lado com frequência.

Superfícies duras, como concreto ou asfalto, também podem aumentar a trepidação que os joelhos sofrem. Se possível, corra ou caminhe sobre uma superfície mais macia, como uma trilha ou uma pista de corrida. Contudo, desvie de areia macia porque pode também sobrecarregar os joelhos. Descer caminhando ou correndo pode trazer problemas para os joelhos também. A tendência natural é "frear" com os joelhos quando se está descendo, o que pode sobrecarregá-los, diminua a velocidade. Se estiver com problemas nos joelhos, você deve evitar treinar em declives.

Mescle exercícios - movimentos repetitivos fortalecem alguns músculos enquanto permitem que outros se enfraqueçam com o desuso. Essa é a razão pela qual o treinamento cruzado é uma boa ideia, quando você faz o treinamento cruzado, pratica uma variedade de atividades físicas em vez de uma única. Combine corrida ou caminhada com ciclismo, natação, aeróbica, treinamento com pesos ou quaisquer outras atividades de que goste.

Alongue-se e fortaleça-se - para joelhos fortes e flexíveis, faça exercícios orientados sempre, não sobrecarregue suas articulações com pesos. Dá-se resistência aos músculos antes da força e para isso só com um treino bem orientado você consegue. Não deixe os problemas no joelho impedi-lo de fazer as suas atividades de vida diária com prazer e saúde. Tome conta dessa articulação, seguindo boas orientações.

Colaborou
Andréa Borges da Silva, fisioterapeuta e acupunturista da Clínica Vitta Vergueiro


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