A importância da alimentação na infância

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A desnutrição infantil é um problema que gera preocupação de pais e especialistas. O gastroenterologista pediátrico José Vicente Spolidoro, que é ex-presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, abordou o assunto em palestra realizada na V Jornada de Nutrição Parenteral e Enteral do Planalto Médio, promovida, em agosto, pela Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).

Para conhecer profundamente o tema da desnutrição infantil, Spolidoro participa de um estudo que está em desenvolvimento no país. O objetivo é identificar crianças desnutridas, fazer a intervenção para melhorar a nutrição, visando diminuir o tempo de internação e as complicações acarretadas pela desnutrição.

Segundo o especialista, uma das causas mais frequentes de desnutrição em crianças hospitalizadas é a falta de apetite em decorrência da doença. "A própria doença tem um consumo energético, então elas já entram no hospital com grau de desnutrição", complementou.

O estudo multicêntrico está sendo aplicado em cinco países da Europa. No Brasil, o trabalho científico está em fase de implementação. "Este estudo revisa todos os trabalhos já realizados para identificar parâmetros que determinem as ações necessárias para reduzirmos internações e morbidade de doenças", destacou Spolidoro.

Um alerta à obesidade infantil
Estudos apontam que a alimentação nos primeiros meses de vida pode influenciar na obesidade e síndrome metabólica (hipertensão, alterações na glicose e no colesterol, associadas à obesidade). Neste aspecto, Spolidoro salientou as formas de prevenir a obesidade infantil.

Para ele, a obesidade é uma doença incurável que sinaliza vários riscos à saúde. Da mesma forma como aconteceu nos Estados Unidos, na década de 70, o Brasil está aumentando rapidamente o número de obesos entre a população e, muitas vezes, esse problema já se manifesta na infância.

O especialista ressaltou a importância do aleitamento materno para a alimentação da criança. "Precisamos trabalhar forte em cima da prevenção, pois crianças obesas aos cinco anos têm oito vezes mais chances de se tornarem adultos obesos", alertou.

Alimentação merece cuidados desde o nascimento

Coordenadora de Nutrição do Ministério da Saúde esclarece que cada etapa da vida do bebê tem uma alimentação diferente e que os hábitos saudáveis começam desde a amamentação.

Cada fase da vida do bebê requer cuidados. Na alimentação, por exemplo, a indicação para a criança receber alimentos sólidos é após o sexto mês de vida. Até os quatro meses de idade os sistemas gastrintestinal e renal dos bebês ainda não têm maturidade para processar outros alimentos além do leite materno.

Segundo especialistas, não devem ser oferecidos nem mesmo água e chás, pois o aleitamento materno preenche todas as necessidades nutricionais da criança. Principalmente se até os seis meses de vida a amamentação é regular e tranquila.
De acordo com a coordenadora de Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcelos, nesta fase os alimentos sólidos já podem ser inseridos na dieta do bebê. "A partir dos seis meses, o organismo da criança já está preparado para receber alimentos diferentes do leite materno, que são os chamados alimentos complementares", explica.

Ela esclarece que alimentos como arroz, feijão, carne e legumes cozidos devem fazer parte da alimentação dos bebês com a idade de seis meses em forma de papinha, uma vez por dia. Além disso, as frutas raspadinhas também entram na dieta desta idade.

Assim como a nutricionista Ana Vasconcelos, os pediatras enfatizam que os hábitos alimentares das pessoas são formados nos primeiros anos de vida. Por isso é tão importante cuidar da alimentação saudável das crianças desde o nascimento. Sendo assim, os doces, enlatados e outras guloseimas devem ser evitados pelo menos nos primeiros dois anos de vida.

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