Viver e conviver com a aids

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Até o ano de 2007, a média de novos casos de pessoas infectadas pelo vírus da AIDS na região de abrangência do Ambulatório de Aids de Passo Fundo ficava entre 20 e 30 pacientes. No ano de 2008, o índice subiu assustadoramente aos 240 novos casos. Em 2009, uma redução e o ano fechou próximo aos 100 casos. E em 2010, já no mês de setembro, o aumento do número de pessoas que contraíram pode ser considerado estabilizado, com cerca de 50 novos casos, o menor índice dos últimos anos.

“Passo Fundo deu uma estabilizada em termos de números de novos casos. Tivemos este ano cerca de 50 novos casos de infectividade pelo HIV de modo geral”, explica o médico responsável pelo Ambulatório de Aids, Adro Linhares. Estes números referem-se aos 56 municípios atendidos pelo ambulatório, que atinge a região de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde que conta com uma população próxima às 700 mil pessoas.

Dentre os casos atendidos pelo ambulatório, “12 são gestantes em acompanhamento e tratamento antirretroviral para que o neném nasça sem o vírus do anticorpo da mãe”, comenta Linhares. No total, estão em tratamento 550 pessoas, sendo 40 crianças.

A convivência ou a vivência do vírus não é algo fácil. Mas todas as angústias e temores podem ser contados em crônica, através de uma proposta do Ministério da Saúde.

Concurso cultural

Jovens que vivem ou convivem com o HIV estão convidados a compartilhar suas histórias e revelar um novo olhar sobre a epidemia, por meio da literatura. A proposta é o tema da segunda edição do concurso Vidas em Crônica, promovido pelo Ministério da Saúde. Serão premiadas as melhores histórias contadas por pessoas que vivem ou convivem com HIV. A novidade desta edição é que os relatos serão narrados exclusivamente por jovens. As inscrições já estão abertas e se estendem até o dia 20 de setembro, por meio do sitewww.aids.gov.br/vidasemcronica.

A escolha do público-alvo trará para o concurso uma nova perspectiva sobre o viver com aids nos dias de hoje. Essa nova geração não conviveu com o início da epidemia no Brasil, período em que a doença era como uma sentença de morte. "O jovem pode expressar, a partir da sua própria história, uma outra realidade. Isso servirá também para nós, gestores, podermos pensar nas políticas públicas focadas na maneira como eles estão vivendo", explica Eduardo Barbosa, diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

O Vidas em Crônica terá duas categorias: uma para quem vive e outra para quem convive com o HIV/aids. As 10 histórias finalistas serão adaptadas por um escritor e publicadas em uma revista especializada. Os dois primeiros colocados de cada grupo ganharão um computador. Os outros seis melhores trabalhos receberão menção honrosa e serão convidados para a cerimônia de entrega do prêmio, em evento promovido pelo Ministério da Saúde.

Podem participar jovens de 15 a 30 anos de idade - no caso dos menores de 18 anos, há necessidade de autorização dos responsáveis. Cada relato deve ter, no máximo, 3 mil caracteres, incluindo espaço. No ato da divulgação dos textos será preservado o sigilo dos autores, desde que solicitado. Entre os critérios de seleção serão avaliados a adequação ao tema, o respeito aos direitos humanos e a criatividade. A data provável de divulgação dos resultados é 8 de outubro.

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