Em 2009, foram realizadas 30 mil cirurgias bariátricas no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Do total de operações já feitas, cerca de 5% foram em menores de 20 anos. Apesar de este ser um público crescente a realizar o procedimento, ainda não há consenso entre os especialistas sobre os riscos da cirurgia entre adolescentes.
A alta da obesidade nessa população e o aperfeiçoamento das técnicas que tornaram o método mais seguro podem explicar esse crescimento de cirurgias de redução do estômago entre os jovens. Mas o número poderia ser ainda maior se a legislação brasileira permitisse a cirurgia em menores de 16 anos. Atualmente, somente adolescentes acima dessa faixa etária podem passar pelo procedimento.
Um dos pontos mais polêmicos sobre a cirurgia em menores de 20 anos é a falta de dados sobre os efeitos a longo prazo. As normas brasileiras determinam que a cirurgia só pode ser feita em casos de Índice de Massa Corporal acima de 40 e com a presença de doenças associadas como diabetes e hipertensão, entre outras.
Para que a cirurgia ocorra, a equipe médica e os pais ou responsáveis devem assinar um documento declarando que concordam com o procedimento. Enquanto alguns médicos acreditam que os riscos da cirurgia em adolescentes são similares aos dos adultos, outros apontam para características específicas dessa faixa etária que complicam o tratamento cirúrgico da obesidade, como o fato de ainda estarem em fase de crescimento e poder trocar uma doença crônica (obesidade) por outra, como a desnutrição, por exemplo. Além disso, existem as questões psicológicas. Uma operação que promove o emagrecimento ultrarrápido pode ter maior impacto na adolescência.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Unifesp, especialistas / Divulgação: Graffo Agência de Notícias Infográficas