A escolha da carreira

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Por Gabriela Quadros de Lima

Sabe-se que chegar a uma escolha profissional pressupõe um processo de tomada de consciência de si mesmo e a possibilidade de fazer um projeto imaginando-se cumprindo um papel social e ocupacional por um longo período de tempo. A escolha profissional, portanto, não é um momento isolado na vida das pessoas e é construída desde muito cedo, considerando inclusive as expectativas familiares. Desta forma, não se trata de uma tarefa simples.

Facilitar essa escolha, então, significa participar estimulando a reflexão e coordenando a metodologia necessária para que as dificuldades de cada aluno possam ser conhecidas e trabalhadas. Neste sentido, a orientação profissional pode ser entendida como uma colaboração não diretiva entre o orientador e o orientando, buscando restituir neste último sua identidade e promover uma autoimagem que seja capaz de incluir a futura identidade profissional. Para isto é importante a informação e a reflexão sobre o mundo e o mercado de trabalho e sobre si mesmo. O processo de orientação profissional, ao escutar e pensar com o adolescente sua problemática, proporciona o espaço e o tempo necessários para que o mesmo elabore suas próprias respostas, indague sobre sua subjetividade e possa esclarecer as determinações psicológicas, ideológicas e socioculturais que influenciam suas escolhas, deflagrando, assim, o valor terapêutico e preventivo da orientação profissional, sendo esta uma das atividades para as quais o psicólogo está preparado para desenvolver com qualidade.

Desta forma, não se trata de uma atividade que busca oferecer conselhos, mas, sim, que disponibiliza intervenções pautadas no conhecimento científico e na ética, com o objetivo de auxiliar diante de um momento de grande angústia que acompanha questionamentos cruciais como: "Quem sou eu? Quem quero ser? Mediante qual ocupação profissional?". O que se espera é que o aluno se torne capaz de decidir a que se dedicar profissionalmente, levando em consideração que essa ocupação assume lugar de destaque durante a vida adulta, sendo capaz de contribuir para a satisfação pessoal e a qualidade de vida.

Muitas pessoas podem buscar o auxílio que este processo oferece, como alunos em dúvida entre duas ou mais profissões, alunos que já realizaram a sua escolha, mas que gostariam de confirmá-la com maior propriedade, alunos que não possuem nenhuma preferência, e, ainda, profissionais já formados e/ou atuantes, mas que buscam alguma reorientação dentro da área escolhida. Na cidade de Passo Fundo, a Escola de Psicologia da Faculdade Meridional, por exemplo, oferece o serviço de orientação profissional, através do Centro de Estudos e Testagem Psicológica (CETEST).

Gabriela Quadros de Lima é psicóloga, mestre em Psicologia Clínica e professora Adjunta da Escola de Psicologia da Imed, responsável pelo Programa de Orientação Profissional

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