Por Alexandra Balke Cavassolla
Atualmente, fatos violentos fazem parte do mundo e da realidade de quase todas as pessoas. Alguns assimilam esses fatos e voltam a sua vida normalmente. No entanto, não é isso que ocorre com todos, especialmente com quem a violência atinge sistemática e frequentemente. Estas pessoas presenciam diariamente em seu ambiente atos violentos, que agem contra a sua natureza e têm influência negativa em seu desenvolvimento.
A escola inserida no mundo e neste contexto acaba sendo o palco onde a violência acontece, lugar onde a produz e a reproduz que, por vezes, inconscientemente é feita por alunos, professores, funcionários, ou até mesmo por pessoas que vem de fora dela, e vista como uma vítima desta realidade.
Também é notória a relação de troca entre o público e a mídia, principalmente a internet, que incentiva e propaga atos violentos, fazendo com que haja uma naturalização da violência neste ambiente, tendo como consequência a não percepção disso.
Nota-se que está se desenvolvendo uma cultura de violência, que se alastra e favorece todo um processo de banalização e naturalização das suas diferentes formas, principalmente a violência verbal e moral que humilha, machuca, dói mais que um tapa, deixando muitas vezes marcas profundas na estrutura do indivíduo e que são lembradas por toda vida (bulliyng).
Essa realidade preocupa muito a sociedade como um todo, pois, embora a escola tenha papel fundamental na formação de todos os indivíduos, ela constitui-se em um local onde também se adquire conhecimentos científicos e é o lócus de socialização e desenvolvimento pessoal devendo assim, ser um local de proteção para a comunidade escolar. Por isso, valeria indagar sobre de que forma a violência presente dentro do ambiente escolar e/ou a sua banalização estão interferindo sistematicamente no dia-a-dia? Qual o legado que quero deixar? Posso fazer algo para melhorar esta questão?
Alexandra Balke Cavassolla é psicóloga, especialista em Psicologia da Saúde
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