Como conservar os alimentos para evitar a contaminação

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O dia é de compras no supermercado. A dona-de-casa atenta escolhe as frutas mais bonitas, as verduras mais saudáveis e os melhores produtos de limpeza para manter a casa limpa e cheirosa. Quando chega em casa, tira tudo das sacolas e guarda no armário da cozinha ou da despensa. Certo ou errado? Errado, porque cada produto comprado precisa ser armazenado no local e da forma correta para evitar que se contamine e, mais tarde, cause prejuízos à saúde, especialmente com a chegada do verão, quando os alimentos estragam com mais facilidade.
Mas não é preciso entrar em pânico, pois o Medicina & Saúde preparou uma série de matérias que vai ensinar como guardar tudo direitinho para minimizar os problemas que podem ocorrer por uma possível contaminação. E para isso, contamos com a ajuda do pessoal da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UPF, que realiza um trabalho sobre este tema. Vamos abordar os assuntos: data de validade, armazenamento em armários, congelamento e armazenamento em geladeira. As dicas são do coordenador do curso, Christian Oliveira Reinehr.

Observar os rótulos
“Embora sempre se fale, na prática as pessoas não têm muito costume de olhar a data de validade. Quando vai ao supermercado, isso é fundamental, especialmente para produto perecível”, salienta Reinehr. Isso, porque se o alimento não for consumido em seguida, pode acabar vencendo guardado dentro do armário ou da geladeira. “Muitas vezes as pessoas compram e nem olham a data de validade, às vezes, vence no dia seguinte. Isso não quer dizer que vá estragar logo em seguida que vencer. Existem produtos vencidos que duram meses além do prazo de validade, só que acaba aumentando o risco de que possa ocorrer algum problema”, salienta.
De acordo com Reinehr, acabada a data de validade, a indústria, não se responsabiliza mais pelo produto, “vai por conta e risco da pessoa”. Por isso, ele ressalta que é importante respeitar a data, “porque a gente nunca sabe se o supermercado armazenou da forma correta ou se no caminho do supermercado para casa, o produto que ficou no porta-malas do carro, por exemplo, no sol, não sofreu alguma modificação”, explica.
O que fazer? “A primeira coisa é observar o prazo de validade na hora compra e então buscar sempre aqueles com prazo de validade maior. Quando chegar em casa, cuidado com o armazenamento”.

Sem misturar os produtos
“Um erro, às vezes comum, que as pessoas cometem é conservar alimentos, mesmo embalados, enlatados, misturados com produtos de limpeza”, ressalta Reinehr. Colocar no mesmo armário o desinfetante e as comidas, por exemplo, é favorecer que aconteça contaminação. “Pouca gente sabe, mas a água sanitária é muito oxidante, ele vai liberar vapores que vão oxidar o que está em volta. Se tiver algum enlatado, a lata pode oxidar resultar até em contaminação do produto. Então, nunca se deve fazer essa combinação. Nunca misturar produtos de limpeza com comida, isso é fundamental”, alerta.

Escolhendo o local de estoque
O local de estoque dos alimentos está adequado em casa? É um local fresco, que não bate sol? “A despensa não pode ser um lugar muito quente. Quando chega esta época, dependendo da casa das pessoas, algumas paredes ficam muito quentes e quanto mais quentes, pior. O ideal é que seja um local fresco, arejado, para não ter problema na hora que for consumir o alimento”, ensina Reinehr.

Hora de olhar o que há na dispensa
Outra atitude comum das pessoas é colocar os produtos recém comprados na frente dos que já estavam armazenados. Assim, o que vai ficando para trás acaba ficando mais velho e, em muitos casos, poderá acabar tendo o prazo de validade expirado. “Orientamos para que as pessoas, de vez em quando, olhem na despensa de casa a validade dos produtos e consumam o mais antigo, não o mais novo. Acaba gerando prejuízo financeiro, porque pode acontecer de vencer sem ser usado, e vai precisar ser colocado fora. É uma questão de organização: comprou, coloca para o fundo, e os mais antigos, coloca para frente, é uma coisa bem simples de fazer”, avisa.

Direto para a geladeira
Produtos perecíveis como carnes, leite, queijos, salame, presunto, vegetais, frutas, devem ir direto para a geladeira. “O ideal é que tudo isso, especialmente nesta época, vá para a geladeira. Isso diminui o problema de contaminação, de crescimento microbiano em função do calor”, explica. O mesmo deve acontecer com os ovos.

Ovos só sem rachaduras
“Em hipótese alguma se deve consumir ovos que estejam quebrados ou com rachadura na casca. Ovo quebrado, rachado, vai fora, descarta, porque, além da casca, existe uma película externa, que protege da entrada de microorganismos, salmonela, por exemplo. Se tem uma fissura, uma rachadura, esse microorganismo pode penetrar no ovo e a gente acaba consumindo microorganismos”, alerta Reinehr.
Segundo ele, a crença de que cozinhando este tipo de alimento o problema acaba, está errada. “Às vezes até se pensa, não só do ovo, mas de diversos outros produtos, que o cozimento, a fervura, mata tudo. Matam os microorganismos, isso é verdade, só que alguns, se estão em concentração alta no alimento, ou se a temperatura está muito alta, produzem toxinas. E o que faz mal, e pode depois causar uma diarreia, um vômito, uma dor de cabeça, é a toxina que foi ingerida. Não adianta eliminar o microorganismo depois que a toxina foi produzida”, ressalta.

Colaborou
Christian Oliveira Reinehr, coordenador do curso de Engenharia de Alimentos da UPF


Pouca gente sabe, mas a água sanitária é muito oxidante, ele vai liberar vapores que vão oxidar o que está em volta. Se tiver algum enlatado, a lata pode oxidar e daqui a pouco dá problema até de contaminação do produto. Então, nunca se deve fazer essa combinação. Nunca misturar produtos de limpeza com comida, isso é fundamental

Produtos perecíveis como carnes, leite, queijos, salame, presunto, vegetais, frutas, devem ir direto para a geladeira, especialmente nesta época. Isso diminui o problema de contaminação, de crescimento microbiano em função do calor. O mesmo deve acontecer com os ovos.

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