A sensação de fadiga crônica é um sintoma muito frequente que acomete cerca de 60% dos pacientes oncológicos, podendo influenciar de forma negativa a sua qualidade de vida.
Neste sentido, um grupo de investigadores da Universidade do ABC paulista e do Jackson Memorial Hospital de Miami apresentaram no último Congresso Americano de Oncologia os resultados de uma pesquisa sobre os efeitos do extrato de Guaraná no sintoma de fadiga em um grupo de pacientes com câncer de mama em tratamento quimioterápico.
O Guaraná (Paullinia Cupana) é uma planta nativa da bacia do Amazonas e que tem sido utilizada como estimulante desde os tempos pré-colombianos.
Neste estudo, as pacientes com sintomas de fadiga após o primeiro ciclo de tratamento quimioterápico foram randomizadas a receber 50 mg de guaraná duas vezes ao dia (32 pacientes) ou a fazer uso de placebo (43 pacientes).
Ambos os grupos foram tratados durante 21 dias. Após um período de sete dias sem tratamento, as pacientes passavam a receber o tratamento do outro grupo. Foram realizadas avaliações nos dia 1, 21 e 49 com escalas de fadiga, qualidade do sono, ansiedade e depressão.
Os pesquisadores encontraram que o uso de extrato de guaraná diminuiu de forma significativa os sintomas de fadiga nas pacientes. Não houve episódios de toxicidade sérios nem qualquer impacto na qualidade do sono das pacientes. Não foram identificados efeitos sobre a depressão ou ansiedade.
Os investigadores concluíram que o guaraná é uma opção efetiva, barata e não-tóxica para o tratamento da fadiga em pacientes com câncer de mama em tratamento quimioterápico.
Novos estudos são necessários para confirmação desses resultados e para avaliar o uso de extrato de guaraná para o tratamento da fadiga em pacientes com outros tipos de câncer.