A fisioterapia em oncologia

Artigo

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Nos últimos anos houve um grande avanço no conhecimento e na informação da população sobre o câncer, bem como das consequências sofridas pelo paciente diante da doença e de seu tratamento. No passado, este tratamento era pouco conservador, submetendo o doente a inúmeras complicações e sequelas. Graças à evolução da medicina e da área da saúde como um todo, atualmente os pacientes oncológicos recebem um cuidado multidisciplinar, onde o foco concentra-se não somente na sobrevivência frente à doença, mas de maneira preventiva, na reabilitação precoce e na manutenção da qualidade de vida durante e após o tratamento. Como parte da equipe, o fisioterapeuta especializado em oncologia atuará em situações que estão desde a cura até os casos irreversíveis, devendo estar, portanto, apto a reabilitar pacientes diversificados e diferenciados, os quais variam desde crianças até idosos, onde o abalo emocional está sempre presente de diversos graus e maneiras.

A fisioterapia em oncologia é uma área recente e muito abrangente, e por este motivo poucas pessoas a conhecem e existem poucos profissionais especializados e capacitados para tratar os pacientes com câncer. Ela pode ser utilizada tanto em ambiente hospitalar, ambulatorial, como domiciliar e em todos os casos em que se fizer necessária, como por exemplo, nos cânceres de mama, cabeça e pescoço, pulmão, abdominais, urogenitais, pele e melanoma, tumores relacionados ao sistema nervoso e músculo-esquelético (ossos e músculos), além das doenças que afetam o sistema circulatório (leucemias e linfomas).

É de responsabilidade do fisioterapeuta ter o conhecimento sobre os mais diversos tipos de cânceres e tumores, suas formas de agressão e evolução no organismo, assim como o seu tratamento oncológico, pois somente assim ele será capaz de diagnosticar as disfunções que poderão acometer o paciente. Uma vez diagnosticadas as alterações sofridas, este profissional deve ter ciência do valor da reabilitação em cada caso, e para isso deve escolher e ajustar as técnicas fisioterapêuticas para estes pacientes e encaminhá-lo adequadamente para outros profissionais quando for necessário.

O alvo da fisioterapia em oncologia é manter os segmentos corporais com um bom alongamento, com uma apropriada força muscular, evitando fraquezas e atrofias, auxiliar no controle da dor e da fadiga, manter e/ou melhorar a condição pulmonar, prevenir e/ou amenizar inchaços, evitar a inatividade e a imobilidade, as quais podem fazer com que o paciente se torne dependente de outras pessoas.

Assim, o fisioterapeuta ajudará a manter a independência do paciente, realizando, quando necessário, uma readaptação domiciliar para facilitar as tarefas domésticas e também readaptá-lo na sua atividade profissional, caso haja necessidade, oferecendo a ele as condições para isso. Não há limite mínimo ou máximo de idade para realizar a fisioterapia, mas para que se tenham resultados positivos, é fundamental que ela seja realizada com um especialista em oncologia e sempre de acordo com a equipe médica envolvida no tratamento do paciente.

A reabilitação com o fisioterapeuta deve iniciar tão logo a doença seja diagnosticada, devendo ser planejada pelo profissional a cada etapa do tratamento. Desta forma, o paciente será acompanhado durante todo o decorrer da sua terapia, poderá ser orientado previamente sobre as alterações que poderão ocorrer, tendo a possibilidade de prevenir estas alterações e complicações, minimizá-las e tratá-las de forma adequada quando estiverem presentes, melhorando assim a sua qualidade de vida.

Colaborou
Carolina B. Mozzini, fisioterapeuta do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica (Cito)

Gostou? Compartilhe