Anvisa quer restrição na publicidade

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Uma consulta pública da Anvisa quer saber a opinião da população quanto à restrição da publicidade de cigarros nos locais de venda e sua possível eficácia para diminuir o consumo. A ideia tem como base que a propagando nos locais de venda incentiva o uso. Apesar de não ser permitida a propaganda de cigarro na TV e nos meios de comunicação em massa, está comprovado que a publicidade em pontos de venda é uma estratégia utilizada para estimular o consumo e experimentação de cigarro e é percebida tanto por fumantes, como por não fumantes, principalmente os jovens. As embalagens expostas nos pontos são cada vez mais atraentes, com cores e designs sedutores, além dos displays coloridos e iluminados e a própria localização dos pontos de venda. Não faz sentido permitir a propaganda de um produto que mata metade de seus consumidores.
Além disso, a Anvisa propõe a proibição do uso de aditivos nos cigarros, como açucares e aromatizantes, que servem de estímulo para o consumo entre crianças e jovens e ainda aumenta o risco de dependência. Esta também será uma medida essencial para enfrentar o grave problema de saúde pública representado pelo tabagismo. Sabe-se que 90% dos fumantes iniciam o consumo antes dos 19 anos e uma das estratégias relatadas pela própria indústria em seus documentos internos é justamente a criação de cigarros com sabores.
Para a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), a proposta é salutar. Segundo Carlos Salgado, presidente da Abead, a agência pretende reprimir a publicidade que, após ser proibida nos meios de comunicação, se deslocou para os pontos de venda. "A publicidade nos pontos de venda está cada vez mais sofisticada. Esses locais (padarias, lanchonetes, bares, mercados, entre outros) se multiplicaram e foram decorados com mensagens e imagens atraentes para estimular o consumo do tabaco. É comum também as empresas investirem nos chamados pontos de venda móveis, participando, por exemplo, de festas e eventos sociais, além de ser frequente a exposição das marcas durante eventos esportivos", comenta.
De acordo com pesquisa realizada pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), no ano de 1989, 33% dos brasileiros com mais de 18 anos fumavam. Hoje, apenas 18% desse público fuma. A Pesquisa Especial de Tabagismo foi divulgada recentemente e aplicada em diversos países. No Brasil, ela começou a ser realizada em 2008 e ouviu aproximadamente 39 mil pessoas, com mais de 15 anos, fumantes ou não.
A pesquisa apontou ainda que o número de mulheres que iniciaram o fumo antes dos 15 anos é 22% maior do que o número de homens. Entretanto, elas ainda são minoria na pesquisa. No Brasil, 22% dos homens e 13% das mulheres fumam, ou seja, para cada mulher fumante, há pouco menos de dois homens. Contudo, na faixa etária de 15 a 24 anos, a diferença aumenta: vai para 2,5 homens fumantes para cada mulher.
De acordo a última Pesquisa Especial de Tabagismo (Petab), realizada em 2008, a publicidade em pontos de venda de cigarros é percebida por 38,2% dos fumantes e por 29,9% dentre os não fumantes. Já as propagandas ou promoções em locais diferentes dos postos de venda, são percebidas por 21,3% da população brasileira. "Inibir a publicidade é fundamental para as políticas de prevenção. O tabagismo é um problema de saúde pública. Além de ser a terceira maior causa de morte evitável no mundo, traz sérias consequencias também para os não tabagistas. No Brasil, por exemplo, sete não-fumantes morrem diariamente vítimas do tabaco", acrescenta Ilana Pinsky, vice-presidente da Abead.
Participe da consulta pública
Contribuições à CP 117/2010 podem ser enviadas por escrito para o endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Gerência de Produtos Derivados do Tabaco, Avenida Graça Aranha, 206 - 2º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20030-001 ou fax 61-3462-6790 ou e-mail: [email protected]. A proposta receberá sugestões até o dia 31 de março de 2011.
Uma consulta pública da Anvisa quer saber a opinião da população quanto à restrição da publicidade de cigarros nos locais de venda e sua possível eficácia para diminuir o consumo. A ideia tem como base que a propagando nos locais de venda incentiva o uso. Apesar de não ser permitida a propaganda de cigarro na TV e nos meios de comunicação em massa, está comprovado que a publicidade em pontos de venda é uma estratégia utilizada para estimular o consumo e experimentação de cigarro e é percebida tanto por fumantes, como por não fumantes, principalmente os jovens. As embalagens expostas nos pontos são cada vez mais atraentes, com cores e designs sedutores, além dos displays coloridos e iluminados e a própria localização dos pontos de venda. Não faz sentido permitir a propaganda de um produto que mata metade de seus consumidores.Além disso, a Anvisa propõe a proibição do uso de aditivos nos cigarros, como açucares e aromatizantes, que servem de estímulo para o consumo entre crianças e jovens e ainda aumenta o risco de dependência. Esta também será uma medida essencial para enfrentar o grave problema de saúde pública representado pelo tabagismo. Sabe-se que 90% dos fumantes iniciam o consumo antes dos 19 anos e uma das estratégias relatadas pela própria indústria em seus documentos internos é justamente a criação de cigarros com sabores.Para a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), a proposta é salutar. Segundo Carlos Salgado, presidente da Abead, a agência pretende reprimir a publicidade que, após ser proibida nos meios de comunicação, se deslocou para os pontos de venda. "A publicidade nos pontos de venda está cada vez mais sofisticada. Esses locais (padarias, lanchonetes, bares, mercados, entre outros) se multiplicaram e foram decorados com mensagens e imagens atraentes para estimular o consumo do tabaco. É comum também as empresas investirem nos chamados pontos de venda móveis, participando, por exemplo, de festas e eventos sociais, além de ser frequente a exposição das marcas durante eventos esportivos", comenta.De acordo com pesquisa realizada pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), no ano de 1989, 33% dos brasileiros com mais de 18 anos fumavam. Hoje, apenas 18% desse público fuma. A Pesquisa Especial de Tabagismo foi divulgada recentemente e aplicada em diversos países. No Brasil, ela começou a ser realizada em 2008 e ouviu aproximadamente 39 mil pessoas, com mais de 15 anos, fumantes ou não.A pesquisa apontou ainda que o número de mulheres que iniciaram o fumo antes dos 15 anos é 22% maior do que o número de homens. Entretanto, elas ainda são minoria na pesquisa. No Brasil, 22% dos homens e 13% das mulheres fumam, ou seja, para cada mulher fumante, há pouco menos de dois homens. Contudo, na faixa etária de 15 a 24 anos, a diferença aumenta: vai para 2,5 homens fumantes para cada mulher.De acordo a última Pesquisa Especial de Tabagismo (Petab), realizada em 2008, a publicidade em pontos de venda de cigarros é percebida por 38,2% dos fumantes e por 29,9% dentre os não fumantes. Já as propagandas ou promoções em locais diferentes dos postos de venda, são percebidas por 21,3% da população brasileira. "Inibir a publicidade é fundamental para as políticas de prevenção. O tabagismo é um problema de saúde pública. Além de ser a terceira maior causa de morte evitável no mundo, traz sérias consequencias também para os não tabagistas. No Brasil, por exemplo, sete não-fumantes morrem diariamente vítimas do tabaco", acrescenta Ilana Pinsky, vice-presidente da Abead.
Participe da consulta públicaContribuições à CP 117/2010 podem ser enviadas por escrito para o endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Gerência de Produtos Derivados do Tabaco, Avenida Graça Aranha, 206 - 2º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20030-001 ou fax 61-3462-6790 ou e-mail: [email protected]. A proposta receberá sugestões até o dia 31 de março de 2011.

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