Boa saúde depende do estilo de vida

No dia de hoje, 7 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Saúde. A data pretende lembrar e conscientizar sobre os aspectos que melhoram a qualidade da saúde

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Glenda Mendes/ON

Criado no ano de 1948 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial da Saúde tem a preocupação de fazer a população refletir sobre o tema, sempre lembrando a importância dos cuidados que cada um deve ter com sua própria saúde. Por isso, O Nacional preparou para a edição de hoje uma matéria especial sobre o tema.
A proposta é apresentar qual a principal reflexão que deve ser feita no Dia Mundial da Saúde. Para responder a esta pergunta, ON conversou com os médicos do Centro de Oncologia e Hematologia do Planalto (COHP). Confira.

O Nacional – No Dia Mundial da Saúde, qual a reflexão necessária?
COHP -
A grande reflexão que devemos fazer é sobre o estilo de vida. O avanço das condições materiais de vida dos povos, a tecnologia, os serviços de saúde, todos estes fatores fizeram com que a expectativa de vida aumentasse em várias décadas no último século. Mas também é o progresso, a urbanização, a falta de tempo, o tabaco, o álcool, enfim o "estilo de vida urbano", o responsável pelas principais doenças e causas de morte da atualidade. Então é sobre isto que devemos pensar, refletir e, na medida do possível, modificar. Quando falamos em estilo de vida devemos lembrar que este é também o hábito de vida nas pequenas cidades e em muitas áreas rurais.

ON – Quais são estes hábitos?
COHP -
Exemplo é a atividade física. Hoje tudo é automatizado, tem controle remoto, exige menos esforço físico. A atividade física é fundamental para nossa saúde global: cardiovascular, respiratória, prevenção da osteoporose, da demência, de vários tipos de câncer e outras doenças. A alimentação é também importantíssima. Alimentos industrializados, conservados, embutidos, defumados estão relacionados ao câncer, diabetes, obesidade e outras. A obesidade ou sobrepeso e o sedentarismo são amplamente reconhecidos como fatores de risco para doenças graves. A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta para dentro de alguns anos ser o câncer a principal doença em incidência e mortalidade, ultrapassando as doenças cardiovasculares. Isto ocorrerá também no Brasil. E é muito grave, principalmente porque, também segundo a OMS, 25% a 30% das mortes por câncer podem ser evitadas com melhores hábitos de vida. Estamos falando em milhares de mortes no Brasil e milhões de mortes no mundo, anualmente.

ON – Qual a causa desse crescimento da mortalidade por câncer?
COHP -
Vale a pena falarmos um pouco sobre o tabaco. Hoje a principal causa única de morte no mundo. Responsável por inúmeras doenças, entre as quais os câncer de pulmão e enfarto do miocárdio, só para ficarmos nas mais conhecidas. Responsável também por milhões de mortes anuais no mundo. É o inimigo número 1 da saúde pública. Parar de fumar, não fumar é condição basal para uma boa saúde.

ON - No que se refere a boas condições de saúde, o que a população deve ter em mente: alimentação saudável, prática regular de atividade física?
COHP -
Exato, parece pouco e fácil, mas depende de uma mudança radical nos hábitos de vida da população e individualmente falando. Boa saúde está relacionada à boa higiene inicialmente, isto é higiene pessoal, higiene com alimentos, etc. Alimentação saudável, rica em frutas e verduras, com mínima quantidade de gordura animal, pobre em carne vermelha, rica em grãos e peixes é o recomendado. A atividade física regular também. Orienta-se pelo menos uma hora de atividade três vezes por semana ou 30 minutos diários. Alimentação e atividade física inevitavelmente nos levam a peso adequado. E absolutamente não fumar.

ON – Visitar o médico periodicamente também faz parte das recomendações?
COHP -
As visitas periódicas são insubstituíveis. A partir dos 40 anos, e mais intensamente a partir dos 50 anos, as doenças aumentam em incidência. Podemos, através de consultas e exames periódicos, fazer o diagnóstico precoce, permitindo tratamentos adequados. Também, identificando riscos extras, podemos intervir com medicamentos ou outras medidas para reduzir determinado risco. Mais importante que relacionar aqui os exames que todos devem fazer é a consulta médica. Através da entrevista o médico pode identificar riscos e individualizar os cuidados e exames necessários para cada paciente.

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