Recentemente foi divulgado um documento durante o 2º Congresso Mundial de Tratamento do Diabetes, realizado em Nova Iorque, referente à utilização de uma nova modalidade para tratamento do diabetes tipo 2 em pacientes com obesidade. Esta declaração da International Federation of Diabetes (IDF) passa a considerar a opção de tratamento cirúrgico seja liberada para pacientes com diabetes tipo 2 e IMC entre 30 e 35 nos casos que os pacientes não tiveram respostas com o tratamento medicamentoso.
A entidade reconhece a associação entre o diabetes e a obesidade como o maior problema de saúde pública da atualidade. Atualmente 300 milhões de pessoas sofrem com o diabetes tipo 2 no mundo e a previsão é de que esse número salte para 450 milhões até 2030. Esse é um grande avanço para controlar o número alarmante de pacientes obesos com diabetes. Diversos estudos já tinham comprovado que a cirurgia bariátrica não proporciona apenas a redução do peso, mas consegue controlar o diabetes tipo 2, devido à mudança metabólica.
O médico Carlos Augusto Madalosso, cirurgião bariátrico, membro da Federação Internacional de Estudos para Obesidade (IFSO) e diretor clínico da Clínica Gastrobese informa que documento é assinado por 20 especialistas em cirurgia bariátrica e salienta que pacientes obesos com diabetes tipo 2 conseguem ter melhoras substanciais nos níveis de glicose e em outras doenças, como hipertensão arterial. Com a cirurgia é possível de se ter redução de todas as causas de mortes prematuras, sobretudo relacionadas ao diabetes tipo 2.
De acordo com dados do Ministério da Saúde o Brasil figura entre os 10 países com maior percentual de diabéticos, com 6,4% da população geral. Ao lado de outras doenças crônicas não transmissíveis, o diabetes é um dos principais desafios da área da saúde.
Madalosso ressalta que no Congresso ficou confirmado que em indivíduos com diabetes associada à obesidade moderada a opção de tratamento cirúrgico deve ser oferecida a TODOS os pacientes, pois esta é a única maneira de se reduzir o risco cardiovascular associado ao diabetes. Ainda, estudos realizados pela universidade de UTAH-EUA mostraram que a cirurgia é capaz de reduzir o tamanho do coração. Sabe-se que o coração aumentado está associado a risco de arritmias e mesmo de morte.
Colaborou
Carlos Augusto Madalosso, cirurgião bariátrico, membro da Federação Internacional de Estudos para Obesidade (IFSO)