Por Lieverson Augusto Guerra
O câncer de pulmão é uma doença de apresentação agressividade e formas de evoluções variadas. Tem sua origem na Stem Cell pulmonar e na árvore brônquica, em sua enorme maioria em resposta à exposição repetida às centenas de agentes carcinógenos (capazes de induzir a transformação da célula em câncer) presentes no tabaco. Com essa longa e constante agressão a essas células do pulmão, elas sofrem o efeito desses agentes, modificando suas formas e funções, assumindo características diferentes das normais, de caráter muitas vezes irreversíveis. Isto é em parte a idéia do processo que chamamos de carcinogenese.
Neste contexto, é importante salientar que o tempo de exposição ao tabagismo, a frequência do hábito e o modo de fumar são fatores que podem interferir no surgimento mais precoce ou tardio da neoplasia, mas não existe forma segura para o uso do tabaco. A interrupção do fumo é fundamental em qualquer momento da vida, até mesmo no paciente já enfermo.
Indiscutivelmente existem evidências de predisposição genética, mas a relação estabelecida com o tabagismo e o desenvolvimento do câncer de pulmão (entre outros tumores associados) está estabelecida, comprovada e amplamente conhecida pela ciência atual.
Globalmente, em 2011 espera-se mais de 1,5 milhão de novos deste tumor, com cerca de 1,3 milhão de óbitos. No Brasil, serão 27.630 novos casos, sendo aproximadamente quatro mil no RS. Fato interessante também é o crescente aumento na incidência da doença em mulheres, atribuído ao tabagismo assumido pelas mesmas nas décadas passadas.
Lieverson Augusto Guerra é médico oncologista do Centro de Oncologia e Hematologia do Planalto