Por Ana Luiza Broch
Segundo a OMS, o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.
O tabagismo, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia são fatores de risco para as doenças cardiovasculares, responsáveis por cerca de 30% das mortes no mundo, o impacto na qualidade de vida é aspecto fundamental.
No Brasil, estima-se que cerca de 200.000 mortes/ano são decorrentes do tabagismo.
Estudos relatam que dois terços de todos os fumantes que interrompem o hábito de fumar engordam. Estes sugerem que o tabagismo aumenta a taxa metabólica em 6 a 10% (cerca de 200 calorias) e quando os indivíduos deixam de fumar a taxa diminuiu.
Metabolismo é o consumo energético que seu corpo necessita para exercer adequadamente as funções de órgãos como o coração, o cérebro e o fígado, 70% das calorias queimadas diariamente são para esse tipo de atividade metabólica. A nicotina dos cigarros aumenta o metabolismo dos fumantes, depois de fumar um cigarro seu metabolismo aumenta imediatamente, por exemplo, seu coração pode bater 10 a 20 vezes a mais por minuto depois de fumar um cigarro, isto contribui para o alto índice de doenças cardíacas em fumantes. Quando você para de fumar o seu metabolismo diminui para um nível saudável, natural, necessitando de cuidados alimentares e exercícios físicos para evitar ganho de peso.
Em virtude da taxa metabólica considera-se então, normal o ganho entre 2 e 5 quilos, dos indivíduos que param de fumar, pois a média dos fumantes pesa de 2 a 5 quilos menos que a média dos não fumantes, mesmo que tenham níveis semelhantes de atividade física e de ingestão de calorias. Há uma tendência a ganhar a maioria do peso nos primeiros 6 meses e então esse ganho começa a diminuir. Também após 6 meses muitas pessoas começam a perder o peso que ganharam, à medida que se ajustam tanto fisicamente quanto psicologicamente a condição de ser um ex-fumante.
Nutrição contra os efeitos nocivos do tabagismo no organismo
O fumo acelera o ritmo de perda óssea, o que aumenta a probabilidade de desenvolvimento da osteoporose, principalmente em mulheres após a menopausa. É necessária uma alimentação rica em cálcio. Sendo indicado o aumento do consumo de leite, iogurte ou queijo minas, queijo tipo cottage e os vegetais folhosos verde escuro.
A necessidade diária de vitamina C de indivíduos fumantes é 20% maior do que de indivíduos não-fumantes. É importante incrementar o consumo de frutas cítricas, como laranja e acerola, folhas verdes em geral e hortaliças vermelhas, como tomate e pimentão.
O tabagismo causa o aumento do colesterol total, LDL-colesterol (“colesterol-ruim”), triglicerídios e queda do HDL-colesterol (“colesterol-bom”). Acelera e agrava a aterosclerose da parede das artérias coronarianas. Em relação ao HDL-colesterol, a própria exposição passiva à fumaça diminui seus índices até em crianças de pais fumantes.
Apesar de alguns indivíduos aumentarem seu peso depois que deixam o cigarro, estudos observam melhora do perfil lipídico em indivíduos que param de fumar, pois ocorre o aumento de HDL e diminuição de LDL.
Estudos relatam que, o consumo de vegetais retardam o ritmo de desenvolvimento de câncer pulmonar aumentando a sobrevida.
Portanto, fumantes ou ex-fumantes devem comer frutas e vegetais diariamente, em especial:
• Beta-caroteno: que atuam como um antídoto contra o câncer pulmonar (cenoura, brócolis e outros vegetais folhosos verdes) , todos com características antioxidantes;
• Ácido fólico (encontrado nos vegetais verdes)
• Licopeno (um componente do tomate e de seus derivados)
• Alho e cebola
• Vitamina E : nozes, amêndoas, avelã, também antioxidantes
O que pode levar o ex-fumante a engordar?
• Há uma melhora do paladar e do olfato;
• Gratificação oral – ex-fumantes sentem falta da sensação de ter algo para fazer com a boca e com as mãos. Comer ou beliscar é semelhante a ação repetitiva de fumar;
• Utilizar o alimento do mesmo modo que utilizava-se os cigarro ao lidar com o estresse, escapar do tédio, da tensão, passar o tempo ou como ajuda na integração social;
• Mudanças no metabolismo;
• Ansiedade;
• A maioria dos estudos relacionados ao abandono do tabaco e ganho de peso indica que ocorre um aumento da ingestão de alimentos doces, após a interrupção, como um mecanismo compensatório
Por Ana Luiza Broch, nutricionista