Um terço da população adulta fuma no Brasil

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Por Larissa Muterlle

Um terço da população adulta fuma no Brasil: 11,2 milhões de mulheres e 16,7 milhões de homens, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional do Câncer1. Cerca de 80 mil pessoas morrem ao ano, no Brasil, por complicações causadas pelo fumo.

As principais doenças causadas pelo cigarro são: câncer de pulmão; câncer de boca; câncer de laringe; câncer de faringe; câncer de esôfago; câncer de pâncreas; câncer de estômago; câncer de rim; câncer de bexiga; leucemia; infarto do miocárdio; enfisema pulmonar; impotência sexual; bronquite; trombose vascular; catarata; aneurisma arterial; rinite alérgica; úlcera do aparelho digestivo; infecções respiratórias; angina; bem como, a redução da capacidade de aprendizado e memorização (principalmente em crianças e adolescentes).

Na fumaça do cigarro já se isolaram 4.720 substâncias tóxicas, as quais atuam sobre os mais diversos sistemas e órgãos. Contém mais de 60 agentes carcinogênicos, sendo os principais: a nicotina, causadora do vício; benzopireno; nitrosaminas; substâncias radioativas; agrotóxicos(DDT); solventes (benzeno); metais pesados (chumbo e o cádmio); níquel e arsênio; amônia; formol; monóxido de carbono; entre outros.

O benzopireno é um dos principais agentes carcinogênicos presentes na fumaça do cigarro, é a substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo. Este agente tem capacidade de provocar mutações no DNA. Este agente carcinogênico e os demais, que constituem a fumaça do cigarro, no ser humano, elevam os níveis de radicais livres, os quais causam danos as mais importantes classes de moléculas que compõem uma célula, como proteínas, DNA, carboidratos e lipídeos. Os danos ao DNA podem resultar em mutações e posteriormente a formação de células tumorais.

O fumo é responsável por 30% das mortes por câncer e 90% das mortes por câncer de pulmão. O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais agressivas dentro do universo da oncologia, com altos índices de mortalidade, devido ao predomínio de doença irressecável ao diagnóstico e á ineficácia do tratamento quimioterápico frente a doença avançada.

Na região de Passo Fundo, dos pacientes acometidos por câncer de pulmões o brônquios, em torno de 75% deles eram fumantes, o que comprova-se, através deste dado somado as demais informações citadas, que esta neoplasia é uma patologia evitável,  tendo em vista que há uma elevada incidência de câncer de pulmão em pessoas que possuem o hábito de fumar. Diante deste cenário, fica clara a necessidade de conscientização da população para evitarem o tabagismo.
Assim, diante de todos esses malefícios causados pelo cigarro, muitos países restringiram sua venda obrigando os fabricantes a colocarem advertência bastante destacadas em suas embalagens. Visando desencorajar o fumo, outras medidas também foram tomadas, como a proibição de se fumar em restaurantes, shoppings e em muitos locais públicos.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a interdição do cigarro não deveria ser voluntária, mas arbitrária e acompanhada de medidas como cobranças de multas. A recomendação é que empresas privadas e governos adotem a proibição por completo do tabaco em suas dependências, ressaltando que medidas paliativas como sistemas de ventilação e a instalação de áreas de fumantes já se mostraram ineficientes na proteção aos fumantes passivos.
Portanto, a melhor saída é parar de fumar imediatamente, antes de desenvolver uma destas doenças citadas. Os médicos afirmam que, o corpo humano leva de um a dois anos para limpar os resíduos deixados pelo cigarro num ex-fumante. E para a população que não fuma, vale a pena ressaltar que a nicotina é uma substância que vicia rapidamente. Experimentar um cigarro pode ser a porta de entrada para este perigoso vício.
A OMS, com intuito de salvar milhões de vidas e para proteger a saúde das gerações futuras, tem aprovado várias medidas de combate ao fumo, como as acima citadas. E para acrescentar a esta campanha contra o fumo, criou o Dia mundial sem Tabaco, 31 de maio.

Larissa Muterlle é farmacêutica do COHP

Gostou? Compartilhe