Uma nova era no tratamento de câncer de pele está sendo alardeada pelos médicos: um comprimido duas vezes por dia, que tem como alvo um gene defeituoso presente no melanoma (forma mais letal de câncer de pele) tem sido mostrado como a maior descoberta em 30 anos para reduzir o risco de morte em quase dois terços em pacientes com a forma avançada da doença.
Para o professor Richard Marais, do Instituto de Pesquisas de Câncer, primeiro a demonstrar a importância do gene no melanoma, esta é a maior descoberta no tratamento da doença em mais de 30 anos.
A droga, chamada Vemurafenib, é o primeiro tratamento personalizado contra o melanoma, desenvolvida para tratar cerca de metade dos casos da doença, os que têm o gene defeituoso, chamado mutação BRAF.
Os testes de seis meses com o medicamento envolveram 670 pacientes nos Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália e mostraram aumento dos índices de sobrevivência quando comparado com o uso de quimioterapia convencional. A melhora foi tão dramática que, depois de três meses de tratamento, os pacientes do grupo de quimioterapia convencional tiveram oportunidade de trocar o tratamento para o novo medicamento.
A descoberta foi publicada no domingo pelo “New England Journal of Medicine” e apresentada no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia, em Chicago.