A área de urologia está em destaque. No primeiro semestre de 2011 foi realizado o Congresso Americano de Urologia, em Washington, com a participação de doze mil urologistas de todo o mundo e, entre eles, o médico passo-fundense e urologista Eduardo Scortegagna, que também atua no corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). O evento se consolidou como o grande palco das novidades tecnológicas e terapêuticas na especialidade de urologia.
Segundo Scortegagna, pesquisadores da Universidade de Harvard mostraram que o PSA, quando realizado de forma contínua e anualmente como forma de prevenção em homens acima dos 45 anos de idade, diminuiu a taxa de mortalidade do câncer de próstata. “A ingesta de até seis cafezinhos diários, atividade física, baixo consumo de proteínas de origem animal como carnes vermelhas, aumento do uso de licopeno encontrado nos tomates e outros cuidados, como maior exposição ao sol podem reduzir a incidência de câncer de próstata de maneira significativa”.
Para o tratamento da doença localizada, que está em estágio inicial, e foi detectada por exame físico e biópsias, indica-se cirurgia laparoscópica e robótica, realizada em 95% dos casos nos EUA, ficando somente 5% para a cirurgia aberta. “Esta estatística se explica pela cirurgia Laparoscópica ser minimamente invasiva, menor sangramento, redução no tempo de internação, menos dor e mais rápido retorno às atividades normais”, pontua Scortegagna.
Disfunção erétil
Quanto ao tratamento de disfunção erétil, o urologista ressalta que além dos medicamentos já conhecidos e eficientes, para os casos em que não há resposta a medicação oral, indica-se o uso de próteses penianas. Para evitar risco de infecção a indústria de materiais médicos lançou uma prótese com antibiótico associado. “A prótese peniana flexível reduz os índices de infecção, tornando o procedimento mais seguro”.
Outro tema de relevância abordado no Congresso Americano de Urologia foi a queixa frequente nos consultórios e que traz alteração significativa na qualidade de vida das mulheres, a incontinência urinária de esforço, ou seja, aquela em que as pacientes perdem urina, quando tossem, dão risadas ou erguem peso. “Este problema é frequente em mulheres que tiveram partos normais ou cesáreas e também, após a menopausa”, informa Scortegagna.
Em relação ao tratamento, o urologista recomenda uma técnica minimamente invasiva que pode ser realizada com anestesia local, e que está sendo utilizada nos EUA, o “mini sling”. A técnica consiste numa fita, de polipropileno pequena, implantada abaixo da uretra, que permite fazer uma micro incisão sem a utilização de agulhas rombas, ou fio de sutura, obtendo-se resultados excelentes.
Muitos homens sofrem para urinar, sentem dor, acordam à noite e fazem esforço durante a micção, apresentando gotejamento no final da micção e urgência para urinar. Associado a estes sintomas ainda tem dificuldade de manter a ereção. “Para melhorar estes sintomas utilizamos vários medicamentos. Estes pacientes no passado eram quase que invariavelmente submetidos a cirurgia, hoje, uma grande parcela não necessita de cirurgia ao receber esta associação de medicamentos”.
Há casos em que a cirurgia ainda se faz necessária, quando o paciente apresenta alteração de coagulação, comorbidades cardiovasculares e que não pode parar de usar anticoagulantes. Segundo Scortegagna o uso do Greenlight laser, aparelho que faz uma ablação da próstata sem sangramento, traz diversas vantagens, como menor tempo de internação, menos dor e menos de 24h uso da sonda uretral. “Este é um dos equipamentos mais modernos apresentados no congresso, e esta técnica já está disponível no Brasil”, afirma o urologista.
Cálculo renal
O cálculo renal acomete 5% da população em geral ao longo da vida, e causa dor e afastamento das atividades normais. De acordo com Scortegagna, estudos mostram que 31% das pessoas que têm cálculo renal poderão ter também infarto agudo do miocárdio, visto que ambos os problemas tem origem metabólica semelhante, redução dos níveis de colesterol, triglicerídeos, sedentarismo e aumento da ingesta de líquidos, podem interferir nestes resultados. Quanto ao tratamento do cálculo renal, o especialista pontua que o desenvolvimento do laser, fibras cada vez mais eficientes, aparelhos mais finos, óticas de resolução digital e maior acesso a qualquer parte do trato urinário, tornou possível tratar a maioria dos cálculos urinários, com segurança e em ambiente ambulatorial.
Colaborou
Eduardo Scortegana, médico urologista