Na segunda-feira, dia 18 de julho, comemora-se o Dia Estadual de Combate ao Câncer de Mama. Esta doença aterroriza mulheres no mundo todo, porque além de ser invasiva, na maioria dos casos requer a mutilação da mama, o quer afeta a anatomia do corpo feminino. Por isso, é importante conhecer esta doença para poder evitá-la.
Câncer na mulher, conheça esta doença!
Existe uma tendência mundial no crescimento do número de casos de câncer. Esse acontecimento está ligado especialmente ao envelhecimento da população, a uma questão demográfica (a população mundial está aumentando) e também a maior exposição aos diversos fatores de risco ligados a doença (tabagismo, sedentarismo, contatos com carcinógenos ambientais, alimentação inadequada contendo excesso de gordura animal, corantes e conservantes). Somente 10% dos casos apresentam algum fator genético (hereditário) para a doença, na grande maioria das vezes o tumor se desenvolve devido ao contato com os fatores de risco externo citados.
Neste ano de 2011, depois dos cânceres de pele, o tumor maligno mais frequente na população feminina brasileira é o câncer de mama, com cerca de 60 mil casos novos.
O diagnóstico e tratamento dos diferentes tipos de câncer, em todas as idades, sofreram expressivos avanços nos últimos 20 anos. Hoje é reconhecido que o câncer de mama deve ser visto como uma doença heterogênea, ou seja, existem subtipos de câncer de mama que se caracterizam por apresentar diferentes evoluções clínicas e respostas aos tratamentos entre as pacientes. Modernos métodos de imagem, análises bioquímicas e métodos de biologia molecular têm permitido o diagnóstico apurado, acompanhamento adequado e avaliação do prognóstico dos pacientes.
Câncer de mama
É o câncer mais comum na mulher, ocupando o primeiro lugar em incidência e mortalidade no Rio Grande do Sul, no Brasil e em grande parte do mundo. Estima-se que uma em cada oito mulheres vai desenvolver câncer de mama ao longo de sua vida. Vale ressaltar que a curabilidade desta doença nas fases iniciais é maior que 90%.
Qual a causa?
Existem diversas situações que, quando presentes, aumentam as chances de que se desenvolva o câncer de mama, são os chamados fatores de risco.
Entre os principais fatores de risco pode-se destacar:
- nuliparidade (nunca ter engravidado)
- 1ª gestação após 30 anos
- ausência de amamentação após gestação
- obesidade
- inatividade física (sedentarismo)
- menarca precoce (antes dos 12 anos)
- menopausa tardia (após 55 anos)
- histórico familiar
- alimentação rica em carne vermelha e gorduras
- ingestão de álcool
- uso de reposição hormonal após a menopausa por um período maior que cinco anos
Como fazer o diagnóstico precoce?
Os métodos recomendados rotineiramente atualmente são o auto-exame das mamas, o exame clínico das mamas feito pelo médico e o exame de imagem chamado mamografia.
O auto-exame deve ser feito com técnica adequada e pode ser iniciado a partir dos 20 anos e ser repetido mensalmente, sempre após a menstruação ou em uma mesma data do mês naquelas mulheres que já estão em menopausa.
O exame clínico das mamas deve idealmente ser realizado por um médico a cada 3 anos entre os 20 - 40 anos e anualmente após os 40 anos. A mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos.
Mamografia
A mamografia é uma imagem radiográfica de sua mama, produzida através de um simples procedimento de raios X. Estes exames podem revelar anomalias (irregularidades), tanto benignas quanto malignas, muito antes que a própria pessoa ou seu médico possam percebê-las.
Como resultado, as anomalias podem ser detectadas quando ainda estão pequenas, tornando-as geralmente mais fáceis de serem tratadas, com maior possibilidade de cura.
Qual a eficiência do exame?
Apesar de não ser um exame infalível, a mamografia ainda é o exame de escolha quando é preciso detectar o câncer de mama em um estágio inicial.
Vários estudos apontam para uma redução de até 30% na mortalidade por câncer de mama em populações rotineiramente rastreadas com esse método. Pode-se afirmar que a mamografia salva vidas.
Quais as novidades no rastreamento e prevenção desta doença?
A ecografia mamária pode ser muito útil em algumas situações em que a mamografia é inconclusiva. Além disso, a ressonância magnética está sendo muito estudada como método de rastreamento complementar para as mulheres consideradas como sendo de alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama.
Colaboraram
Rodrigo Ughini Villarroel, Luis Alberto Schlittler e Nicolas Lazaretti, oncologistas do Centro Integrado de Terapia Onco-hematológica (Cito)