Você já ouviu alguém falar que quando acorda sentindo dor em determinada parte do corpo é por que vai chover? Ou então, afirmando que a cicatriz da cirurgia está dolorida e que isso indica que o clima vai mudar? Se ainda não ouvir, certamente algum dia vai ver alguém falando assim, pois é comum que as pessoas associem essas reações do corpo com as condições climáticas.
“Há pessoas que alegam prever mudanças nas condições atmosféricas pelo comportamento de calos, pela reação em cicatrizes cirúrgicas e dores em articulações ou em pontos de fraturas ósseas”, comenta o observador meteorológico, Ivegndonei Sampaio, da Estação Meteorológica da Embrapa Trigo/Inmet. De acordo com ele, este fenômeno é conhecido como tempo-sensitividade.
É por causa dela que existem também outras pessoas que têm seu estado de humor e disposição associados às variações meteorológicas. “Se você está entre elas, não se preocupe. Esse fenômeno tem nome: chama-se tempo-sensitividade”, explica. Por definição, tempo-sensitividade é a forma como as pessoas reagem frente às variações meteorológicas. “Abrange tanto os aspectos psicológicos, cujos reflexos dão-se no comportamento, quanto físicos, como no caso das dores que, aliadas às ciências médicas, estudam o fenômeno da tempo-sensitividade que, basicamente, buscam esclarecer relações entre a saúde dos seres vivos e as condições meteorológicas e/ou climáticas”, destaca.
Nas pessoas tempo-sensitivas, as chamadas dores meteorotrópicas (em calos, cicatrizes, amputações, em estados de artrite, etc) costumam ocorrer quando há mudanças nas condições de tempo. A explicação parece simples: com a mudança da umidade e da temperatura, a pele se contrai ou estende. “Os calos e as cicatrizes têm texturas diferentes, provocando as sensações de dor. Provavelmente, algo parecido deve ocorrer em uma articulação inflamada”, ressalta.
Quanto aos aspectos psicológicos, como depressão, irritabilidade, insônia ou, a explicação, segundo Sampaio, não é tão simples. “É provável que esteja associada à produção e liberação de algum tipo de substância pelo organismo”, argumenta.
Colaborou
Ivegndonei Sampaio, observador meteorológico