Criança pode sim ter enxaqueca
Dias e dias de dores de cabeça, náusea, vômitos, sensibilidade à luz. Quem sofre de crises de enxaqueca bem conhece estes sintomas. Entretanto, quem nunca teve a doença, às vezes pensa que pode se tratar de uma queixa sem fundamento, uma vez que a dor é interna, não aparecem sintomas que as pessoas enxerguem. Porém, pelo menos 16% da população mundial sofre de enxaqueca, que é um mal causado por um desequilíbrio químico no cérebro. A atividade anormal no córtex que desencadeia o problema começa na região cerebral posterior. As partes mais afetadas pela dor são a fronte e a têmpora.
Independente da idade e do sexo, a doença, na minoria dos casos, dá alguns sinais de que vai aparecer antes do auge da dor. Chamada de enxaqueca com aura (com alteração na visão), os pacientes podem ver bolinhas, perderem parte da vista, terem dormência na língua e na mão e problemas para falarem ou movimentarem uma parte do corpo. Cerca de 30 minutos depois, tudo volta ao normal, mas é aí que aparece a terrível dor de cabeça.
Entretanto, quando o problema aparece nas crianças, muitos pais não sabem ao certo como lidar com o problema. Identificar os sintomas e acreditar na criança quando ela diz que sente dores na cabeça é o primeiro passo para que os pais entendam que ela realmente está sofrendo com a doença.
O médico neurologista Alan Fröhlich é especialista no assunto. Confira na entrevista que segue como auxiliar seus filhos se eles têm enxaqueca.
Medicina & Saúde - A partir de qual idade a criança pode ter enxaqueca?
Alan Fröhlich - As crises de enxaqueca podem começar em qualquer idade. Entretanto, a maioria dos casos inicia na infância e na adolescência. Geralmente os meninos iniciam com as crises antes que as meninas, cujo marco para início das crises é a primeira menstruação. Tendo como base estudos epidemiológicos, sabemos que a prevalência aumenta com a idade. Aos sete anos, a prevalência varia de 1,2% a 3,2%, sendo mais comum em meninos nesta faixa etária. Dos sete aos 11 anos, a prevalência varia de 4% a 11%, com a mesma frequência entre os sexos. Para adolescentes acima de 11 anos, a prevalência varia de 8% a 23% e, nesta fase, o número de casos é mais frequente nas meninas, com cerca três casos em meninas para cada caso em meninos.
M&S - A doença na criança é semelhante a do adulto?
AF - Os sintomas mais comuns da enxaqueca são, em geral, dor de cabeça de um lado da cabeça, latejante, pulsátil. A intensidade da dor piora com atividades rotineiras, como caminhar ou subir uma escada. Além da cefaleia, durante as crises podem ocorrer intolerância à luz e à claridade (fotofobia), ao barulho (fonofobia), náuseas e vômitos. Uma parcela menor de indivíduos pode ter também sintomas visuais (borramento visual, pontos ou luzes piscantes) e sensitivos (formigamento e dormência) em um dos braços do corpo. Na infância, existem algumas peculiaridades em relação aos adultos. A duração das crises pode ser menor (muitas vezes menos de uma hora) e podem ocorrer várias crises no mesmo dia. A dor pode ser menos intensa que no adulto e ser acompanhada de dor abdominal ou dor nos braços ou nas pernas. A dor pode limitar as atividades da criança, como correr ou brincar. Muitas vezes há necessidade de ausência da escola devido à incapacidade gerada pela crise de enxaqueca.
M&S - Existe tratamento? Pode curar?
AF - Não existe cura, mas existem vários tratamentos disponíveis para a enxaqueca. Ele pode ser tanto para tratar as crises e, especialmente, para preveni-las.
M&S - Como identificar a doença nas crianças?
AF - Primeiro, devemos sempre estar atentos e acreditar quando a criança se queixa de dor de cabeça, pois as crises frequentemente começam na infância. A ocorrência de náuseas, vômitos, dor abdominal ou vertigem são sintomas associados com a enxaqueca que nos auxiliam no diagnóstico. É importante a busca precoce pelo atendimento especializado, para evitar prejuízo nas atividades escolares, lúdicas e sociais da criança.
Colaborou
Alan Christmann Fröhlich, neurologista do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia (SNN), membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe) e da American Academy of Sleep Medicine (AASM)
---------- destaques
Independente da idade e do sexo, a doença, na minoria dos casos, dá alguns sinais de que vai aparecer antes do auge da dor. Chamada de enxaqueca com alteração na visão, os pacientes podem ver bolinhas, perderem parte da vista, terem dormência na língua e na mão e problemas para falarem ou movimentarem uma parte do corpo
Identificar os sintomas e acreditar na criança quando ela diz que sente dores na cabeça é o primeiro passo para que os pais entendam que ela realmente está sofrendo com a doença
Dias e dias de dores de cabeça, náusea, vômitos, sensibilidade à luz. Quem sofre de crises de enxaqueca bem conhece estes sintomas. Entretanto, quem nunca teve a doença, às vezes pensa que pode se tratar de uma queixa sem fundamento, uma vez que a dor é interna, não aparecem sintomas que as pessoas enxerguem. Porém, pelo menos 16% da população mundial sofre de enxaqueca, que é um mal causado por um desequilíbrio químico no cérebro. A atividade anormal no córtex que desencadeia o problema começa na região cerebral posterior. As partes mais afetadas pela dor são a fronte e a têmpora.Independente da idade e do sexo, a doença, na minoria dos casos, dá alguns sinais de que vai aparecer antes do auge da dor. Chamada de enxaqueca com aura (com alteração na visão), os pacientes podem ver bolinhas, perderem parte da vista, terem dormência na língua e na mão e problemas para falarem ou movimentarem uma parte do corpo. Cerca de 30 minutos depois, tudo volta ao normal, mas é aí que aparece a terrível dor de cabeça.Entretanto, quando o problema aparece nas crianças, muitos pais não sabem ao certo como lidar com o problema. Identificar os sintomas e acreditar na criança quando ela diz que sente dores na cabeça é o primeiro passo para que os pais entendam que ela realmente está sofrendo com a doença.O médico neurologista Alan Fröhlich é especialista no assunto. Confira na entrevista que segue como auxiliar seus filhos se eles têm enxaqueca.
Medicina & Saúde - A partir de qual idade a criança pode ter enxaqueca?
Alan Fröhlich - As crises de enxaqueca podem começar em qualquer idade. Entretanto, a maioria dos casos inicia na infância e na adolescência. Geralmente os meninos iniciam com as crises antes que as meninas, cujo marco para início das crises é a primeira menstruação. Tendo como base estudos epidemiológicos, sabemos que a prevalência aumenta com a idade. Aos sete anos, a prevalência varia de 1,2% a 3,2%, sendo mais comum em meninos nesta faixa etária. Dos sete aos 11 anos, a prevalência varia de 4% a 11%, com a mesma frequência entre os sexos. Para adolescentes acima de 11 anos, a prevalência varia de 8% a 23% e, nesta fase, o número de casos é mais frequente nas meninas, com cerca três casos em meninas para cada caso em meninos.
M&S - A doença na criança é semelhante a do adulto?
AF - Os sintomas mais comuns da enxaqueca são, em geral, dor de cabeça de um lado da cabeça, latejante, pulsátil. A intensidade da dor piora com atividades rotineiras, como caminhar ou subir uma escada. Além da cefaleia, durante as crises podem ocorrer intolerância à luz e à claridade (fotofobia), ao barulho (fonofobia), náuseas e vômitos. Uma parcela menor de indivíduos pode ter também sintomas visuais (borramento visual, pontos ou luzes piscantes) e sensitivos (formigamento e dormência) em um dos braços do corpo. Na infância, existem algumas peculiaridades em relação aos adultos. A duração das crises pode ser menor (muitas vezes menos de uma hora) e podem ocorrer várias crises no mesmo dia. A dor pode ser menos intensa que no adulto e ser acompanhada de dor abdominal ou dor nos braços ou nas pernas. A dor pode limitar as atividades da criança, como correr ou brincar. Muitas vezes há necessidade de ausência da escola devido à incapacidade gerada pela crise de enxaqueca.
M&S - Existe tratamento? Pode curar?
AF - Não existe cura, mas existem vários tratamentos disponíveis para a enxaqueca. Ele pode ser tanto para tratar as crises e, especialmente, para preveni-las.
M&S - Como identificar a doença nas crianças?
AF - Primeiro, devemos sempre estar atentos e acreditar quando a criança se queixa de dor de cabeça, pois as crises frequentemente começam na infância. A ocorrência de náuseas, vômitos, dor abdominal ou vertigem são sintomas associados com a enxaqueca que nos auxiliam no diagnóstico. É importante a busca precoce pelo atendimento especializado, para evitar prejuízo nas atividades escolares, lúdicas e sociais da criança.
Colaborou Alan Christmann Fröhlich, neurologista do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia (SNN), membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe) e da American Academy of Sleep Medicine (AASM)
Observação
Independente da idade e do sexo, a doença, na minoria dos casos, dá alguns sinais de que vai aparecer antes do auge da dor. Chamada de enxaqueca com alteração na visão, os pacientes podem ver bolinhas, perderem parte da vista, terem dormência na língua e na mão e problemas para falarem ou movimentarem uma parte do corpo
Identificar os sintomas e acreditar na criança quando ela diz que sente dores na cabeça é o primeiro passo para que os pais entendam que ela realmente está sofrendo com a doença