Filho de peixe...

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A chegada dos dias mais quentes é propícia para que as crianças comecem a praticar a natação. Esta é uma das melhores épocas para iniciar este esporte, uma vez que as chances de contrair gripes e resfriados por saírem da piscina aquecida para áreas de temperatura mais baixas é menor.

De acordo com o educador físico, Vinícius de Moura, quanto mais cedo a criança começar a natação, melhor. “Logo após a cicatrização do umbigo já é possível começar, ou seja, por volta de dois a três meses de idade. Esta adaptação no entanto, exige duas presenças fundamentais: a de um professor especializado e dos pais”, explica.

Entre os dois meses e os três anos de idade é a melhor fase para trabalhar com as crianças na água, “pois nesta fase eles não têm noção do perigo, não sabem o que é certo e errado, não tem medo e estão retornando para água onde estiveram durante nove meses, na gestação. Então nada mais é que relembrar os estímulos”, salienta. De outro lado, quanto mais tarde se inicia a natação, mais estes estímulos respiratórios vão se perdendo. “A parte motivacional por parte dos pais nas aulas é fundamental, pois são as pessoas que a criança convive e confia. Sentimentos como carinho, amor, confiança são fundamentais no sucesso neste período, onde chamamos de adaptação ao meio líquido em que a criança vai pegar gosto pela água, fazer trabalhos de submersão e desenvolvimento motor de braços e pernas, trabalhando a parte respiratória também”, destaca.

Entre os quatro e seis anos a barreira encontrada é maior, pois as crianças já têm noção do perigo, têm medo”, comenta.

A partir dos seis anos fica mais fácil trabalhar com as crianças novamente, pois eles querem se descobrir, se aventurar, brincar na água, e já estão desenvolvendo mais a coragem. “A natação é considerada a atividade física mais completa, pois trabalha toda musculatura do corpo. São inúmeros os benefícios que a prática da natação traz para o indivíduo”, ressalta. Entre as principais, estão: melhora da coordenação motora, aumento da resistência cardiorrespiratória, desenvolvimento da noção de espaço e tempo, estímulo do apetite, auxílio na prevenção de doenças respiratórias, promoção da agilidade no dia a dia. A natação também proporciona alto consumo calórico, fazendo a pessoa continuar com o seu metabolismo queimando caloria durante três horas após atividade aquática, melhora a qualidade do sono, ajuda a melhorar a agilidade do raciocínio, a concentração, autocontrole e autoestima, aumenta a flexibilidade e amplitude dos músculos além de tonificar e combate a celulite. “Mas é preciso que a prática seja sempre com a orientação de um profissional da área da educação física, e mantendo uma frequência nas aulas, entre duas a três vezes por semana, no mínimo, para alcançar os resultados desejados. O fator motivacional influencia muito nos resultados”, enfatiza. 

Indicação especial

Uma atividade aquática bem orientada ajuda a desenvolver um sistema respiratório mais resistente a doenças alérgicas, por isso a prática da natação é considerada o melhor remédio nestes casos. “Muitos nadadores profissionais começaram na natação com este objetivo, muito recomendado por médicos pelos seus benefícios e luta contra asma e bronquite por ser uma atividade que trabalha muito a parte de musculatura relacionada à respiração. Eu sou um exemplo disto, comecei a prática da natação em virtude destas doenças respiratórias com cinco anos de idade, e nunca mais tive crises respiratórias. Alem da orientação de um professor especializado, é necessário que a piscina e os ambientes sejam limpos e aquecidos, com uma sala de espera para que haja um tempo para que a temperatura do corpo baixe após as aulas para que não haja um choque térmico principalmente no inverno”, explica.

Colaborou

Vinícius de Moura, formado na UPF em Educação Física, pós-graduado em Natação e Atividades Aquáticas

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