Os avanços da tecnologia permitem exames cada vez mais complexos e seguros. O mesmo acontece com o setor de medicina fetal. Hoje em dia é possível saber se vai tudo bem com a saúde do bebê quando ele ainda está na barriga. Existem até mesmo exames feitos em 3D e 4D, que são quase fotografias. Entenda como funcionam os exames de ultrassom e quando fazê-los a partir da entrevista da médica Loraine de Oliveira Zeni. Confira.
Os avanços da tecnologia permitem exames cada vez mais complexos e seguros. O mesmo acontece com o setor de medicina fetal. Hoje em dia é possível saber se vai tudo bem com a saúde do bebê quando ele ainda está na barriga. Existem até mesmo exames feitos em 3D e 4D, que são quase fotografias. Entenda como funcionam os exames de ultrassom e quando fazê-los a partir da entrevista da médica Loraine de Oliveira Zeni. Confira.
Medicina & Saúde - Qual a importância do exame de ultrassom na gravidez?
Loraine de Oliveira Zeni – O exame de ultrassom é um método diagnóstico seguro, não-invasivo, indolor e, portanto, inócuo para o binômio mãe-concepto. Permite confirmar o início da gestação e, depois, acompanhar o desenvolvimento do embrião até o estágio fetal e, finalmente, o nascimento. Nesse último estágio, pode ser muito valioso para determinar o melhor momento do parto. É acessível e com excelente relação custo-benefício. Permite detectar a maior parte das anormalidades morfológicas fetais, sendo extremamente importante no acompanhamento da gestação. Considerando-se sua elevada resolutividade e segurança, o exame ultrassonográfico pode ser repetido quantas vezes forem necessárias.
M&S - Como o exame é realizado e qual a frequência necessária?
LOZ - O exame de ultrassom obstétrico do primeiro trimestre é melhor obtido através da via trans-vaginal, em razão de oportunizar definição de imagens superior a via trans-abdominal. A partir do 2º trimestre emprega-se a via trans-abdominal, podendo a via trans-vaginal ser utilizada em determinadas situações. O primeiro exame ultrassonográfico visa confirmar a gravidez, determinar a idade gestacional e detalhes importantes como avaliação do útero e anexos, se a gestação é única ou múltipla e, muito importante, se não existem evidências de complicações precoces (como, por exemplo, a gravidez tubária). Recomenda-se exame ultrassonográfico morfológico no primeiro trimestre gestacional (idealmente entre 11 e 14 semanas). Esse tipo de ultrassonografia obstétrica é minuciosa e passível de alertar sobre alterações precoces no feto ou demais estruturas correlatas. Esse exame reveste-se de muita importância, porque inclui a pesquisa de marcadores cromossômicos como a translucência nucal, osso nasal, ducto venoso e outros que permitirão os cálculos de risco genético (conforme padrão de excelência internacional pelos critérios da Fetal Medicine Foundation de Londres). Depois, também recomenda-se o exame morfológico obstétrico do 2º trimestre (entre 18 e 24 semanas da gestação) que, usualmente, permite análise detalhada da anatomia fetal ou, ainda, confirmar ou afastar possíveis suspeitas de alterações detectadas no primeiro exame. Após o 2º trimestre, são realizados os exames ultrassonográficos de avaliação e acompanhamento do crescimento e vitalidade fetal.
M&S - O que é avaliado nos exames de ultrassom de rotina e quais as limitações?
LOZ - Nos exames ultrassonográficos de rotina são avaliados a biometria e peso fetal, crescimento e vitalidade fetal, quantidade de líquido amniótico e aspecto da placenta. Pode-se complementar com estudo dopplervelocimétrico dos vasos maternos e fetais (avalia o fluxo de sangue útero-placentário e fetal), avaliação do perfil biofísico fetal (movimentos fetais, respiratórios, reatividade cardíaca, tônus fetal e líquido amniótico) e, também, obtenção de imagens tridimensionais do feto (3D/4D). É importante salientar que a melhor qualidade dos exames ultrassonográficos obstétricos depende de bons equipamentos e execução por profissionais médicos treinados e experientes. Fatores relacionados à gestante e/ou ao feto poderão interferir significativamente na obtenção de imagens ultrassonográficas satisfatórias. São exemplos a obesidade materna e/ou posições fetais desfavoráveis.