No Brasil, mortalidade por câncer aumenta no interior e diminui nas capitais

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Um estudo realizado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), observou que as taxas de mortalidade por câncer, enquanto tendem a diminuir nas capitais do Brasil, aumentam cada vez mais no interior. O levantamento foi apresentado pela primeira vez no VII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que aconteceu recentemente em São Paulo.

A pesquisa comparou as taxas de mortalidade por câncer do Brasil com as do mundo e das capitais com as de cidades interioranas do país entre 1980 e 2009. O estudo observou a tendência de aumento na mortalidade entre os homens e queda entre as mulheres. Outra tendência é a diminuição da taxa de mortalidade por câncer para ambos os sexos nas capitais e aumento nas cidades do interior.

"Embora ainda haja maior mortalidade por câncer nas capitais, a extrema discrepância que havia em 1980 entre capital e interior foi diminuindo com o passar dos anos", afirma a médica Gulnar Azevedo e Silva, professora da Uerj e uma das autoras do estudo.

As mortes por câncer de pulmão podem retratar o que a pesquisadora afirmou. Entre 1980 e 2009, a taxa de mortalidade entre homens aumentou de 12 para 15 em cada 100 mil habitantes. Por outro lado, nas capitais, diminuiu de 26 para 20 por 100 mil habitantes.

Segundo a médica Gulnar Silva, seu levantamento também observou que a magnitude da mortalidade por câncer no Brasil é, em geral, menor do que em países desenvolvidos. "O câncer de pulmão, por exemplo, nunca teve taxas de mortalidade tão altas quanto as de países como Estados Unidos ou Inglaterra, por exemplo", explica.

Entretanto, alguns cânceres no Brasil fogem dessa regra. O de laringe, que atingiu o presidente Lula, é um deles. Aqui, é o sétimo câncer mais comum entre os homens, enquanto, entre os países desenvolvidos, é o 15º mais incidente. O câncer de colo do útero também é outro exemplo. No Brasil, é o segundo mais prevalente, enquanto em países desenvolvidos é o sétimo.

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