Aneurisma de aorta, apesar de potencialmente fatal, é detectada com facilidade

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Por Alexandre Trevisan

 

O aneurisma de aorta é uma doença potencialmente fatal, no entanto, é de fácil detecção. O que permite que seja descoberta logo na fase inicial. A artéria aorta é o principal vaso condutor de sangue do corpo humano. Ela tem início no coração indo até a altura do umbigo, onde se divide levando sangue para as pernas através das artérias ilíacas.

O aneurisma é toda dilatação acentuada de um vaso sanguíneo, é mais comum na aorta e principalmente na porção abdominal. As estatísticas nos Estados Unidos demonstram que, a cada cinco aneurismas na aorta abdominal, uma rompe. A mortalidade quando ocorre rotura ultrapassa os 90% e quando diagnosticado e tratado fica entre 5% e 10%. Calcula-se em torno de 4 mil e 500 mortes ao ano nos EUA, sendo a terceira causa de morte súbita em homens acima do 60 anos. Com uma incidência em torno de 3% da população geral, é cinco vezes mais frequente em homens. Sendo mais comum em tabagistas, hipertensos e pode elevar a incidência a 20% em parentes de primeiro grau.

Cresce cada vez mais a importância do diagnóstico precoce, que normalmente aparece em exames para outros fins como ultrassonografias abdominais. Dificilmente sintomas clínicos são detectáveis, o que se pode notar é uma “massa pulsátil” na barriga ou quando há rompimento surgem fortes dores no abdômen, flanco ou virilha.

Quando feito o diagnóstico é necessário iniciar o tratamento. Já as indicações de cirurgia variam de paciente para paciente e do serviço médico que irá realizá-lo. Normalmente a intervenção cirúrgica acontece naqueles aneurismas que estão com um diâmetro acima de 5 cm (4,5 a 5,5cm) ou os que apresentam um crescimento acima de 1 cm ao ano. Os menores enquadram-se no tratamento clínico, emagrecimento, controle rigoroso da pressão arterial, melhora da qualidade de vida (diminuição do estresse), abandono do cigarro etc. O acompanhamento do tamanho é fundamental para o sucesso do tratamento.

Entre o tratamento cirúrgico há, basicamente, duas opções; o minimamente invasivo (endovascular) e a cirurgia “convencional”. O início do tratamento com endoprótese foi descrito pelo Dr. Parodi nos anos 90, e como novidade causou muita discórdia na época. Hoje já é uma opção de tratamento consagrada, que quando bem indicada pode superar até mesmo a técnica convencional. Muitos cirurgiões tiveram que voltar atrás e admitir a novidade.

O envelhecimento da população faz com que o sistema de saúde se depare cada vez mais com esta doença. Basicamente não podemos nos esquecer de incluir a avaliação da aorta abdominal nos exames de rotina. Principalmente em homens acima dos 60 anos e aparentados.

 

Alexandre Trevisan é formado em medicina pela Universidade Estadual de Londrina, pós-graduado em Angiologia e Cirurgia Vascular, possui títulos de especialista nas áreas de Cirurgia Vascular e Clínica Médica. É diretor Médico do Banco de Cordão Umbilical e integrante da Associação Brasileira de Terapia Celular. Atua na área há mais de 10 anos realizando exames diagnósticos (Doppler Vascular), cirurgias e pesquisas científicas.

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