Tratamento da obesidade: A importância do acompanhamento nutricional no uso do balão intragástrico

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Por Marina Pereira e Iran Moraes Junior
Conforme os mais recentes dados da Organização Mundial da Saúde – OMS - o número de indivíduos com sobrepeso e obesidade já atinge meio bilhão de pessoas no mundo. Este número representa um quadro de epidemia global.
Sabe-se que o tratamento da obesidade é um tanto complexo, pois envolve mudanças no estilo de vida, o que inclui melhora dos hábitos alimentares e adoção de boas práticas regulares de exercícios físicos. A dificuldade deve-se a falta de adesão a manutenção dos novos hábitos de vida, o que leva a frustração e a busca de novos tratamentos para o excesso de peso ou a procura frequente por tratamentos milagrosos.
Uma das alternativas atuais no tratamento da obesidade, que vem obtendo resultados positivos, consiste na colocação de um balão intragástrico, ou seja, um implante de um balão inflável de silicone colocado no estômago por via endoscópica. O balão estimula a saciedade precoce, reduzindo o volume alimentar ingerido, possibilitando a redução de peso, associado a uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos.
O atendimento ao paciente com balão intragástrico deve ser realizada por equipe multiprofissional treinada e capacitada para essa finalidade (médico nutrólogo, psicóloga e nutricionista).
Especificamente em relação ao atendimento nutricional que ocorre no período pré-colocação do balão, onde é realizada uma anamnese, a fim de conhecer o histórico de saúde, as tentativas prévias de perda de peso e também conhecer o hábito alimentar do paciente. Orientações nutricionais sobre a pré-colocação e fase inicial após são abordados.
Os cuidados alimentares consistem em seguir uma dieta líquida (caldos de sopas, sucos, água de coco, bebidas isotônicas, chás, gelatinas...) nos dias que antecedem a colocação do balão intragástrico. 
Após a colocação, a dieta líquida é mantida durante 72 horas, devido à possível presença de náusea, vômitos e sensação de peso, podendo causar certo desconforto. Após, a dieta é evoluída para a consistência pastosa, onde purês, legumes cozidos macios, carne moída, filé de peixe, frango desfiado, cremes, suflês, entre outras preparações fazem parte do cardápio do paciente até completar 15 dias de pós-colocação do balão. Sempre orientado sobre o tipo de preparações e quantidades a serem consumidas nas refeições.
A partir, a dieta é novamente evoluída quanto à consistência, dieta livre, ou seja, de consistência sólida, onde a grande maioria dos alimentos é permitida, mas quantidades são trabalhadas e principalmente a escolha do tipo e qualidade dos alimentos através da elaboração de plano alimentar individualizado, conforme as necessidades de cada paciente.
O programa de educação alimentar é acompanhado durante a permanência do balão. Este acompanhamento é de fundamental importância para o bom resultado do tratamento, assim como a prática de exercícios físicos de forma regular e com acompanhamento de profissional capacitado.
Ao término do tratamento, por volta de seis meses, o balão é retirado também através de endoscopia digestiva, sem necessidade de internação ou cirurgia. A partir deste período a manutenção do resultado obtido com o tratamento ocorrerá se o paciente mantiver as mudanças no estilo de vida aprendidas no período que ficou com o balão, assim como o acompanhamento com a equipe multiprofissional deverá ser mantido.
Devemos sempre lembrar que a obesidade é uma doença crônica e incurável, que deve ser encarada como tal e acompanhado por toda a vida, para que os resultados de qualquer tratamento escolhido seja o satisfatório e duradouro.
Marina Pereira é nutricionista e Iran Moraes Junior é médico nutrólogo da Gastrobese

Por Marina Pereira e Iran Moraes Junior

 

Conforme os mais recentes dados da Organização Mundial da Saúde – OMS - o número de indivíduos com sobrepeso e obesidade já atinge meio bilhão de pessoas no mundo. Este número representa um quadro de epidemia global.

Sabe-se que o tratamento da obesidade é um tanto complexo, pois envolve mudanças no estilo de vida, o que inclui melhora dos hábitos alimentares e adoção de boas práticas regulares de exercícios físicos. A dificuldade deve-se a falta de adesão a manutenção dos novos hábitos de vida, o que leva a frustração e a busca de novos tratamentos para o excesso de peso ou a procura frequente por tratamentos milagrosos.

Uma das alternativas atuais no tratamento da obesidade, que vem obtendo resultados positivos, consiste na colocação de um balão intragástrico, ou seja, um implante de um balão inflável de silicone colocado no estômago por via endoscópica. O balão estimula a saciedade precoce, reduzindo o volume alimentar ingerido, possibilitando a redução de peso, associado a uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos.

O atendimento ao paciente com balão intragástrico deve ser realizada por equipe multiprofissional treinada e capacitada para essa finalidade (médico nutrólogo, psicóloga e nutricionista).

Especificamente em relação ao atendimento nutricional que ocorre no período pré-colocação do balão, onde é realizada uma anamnese, a fim de conhecer o histórico de saúde, as tentativas prévias de perda de peso e também conhecer o hábito alimentar do paciente. Orientações nutricionais sobre a pré-colocação e fase inicial após são abordados.

Os cuidados alimentares consistem em seguir uma dieta líquida (caldos de sopas, sucos, água de coco, bebidas isotônicas, chás, gelatinas...) nos dias que antecedem a colocação do balão intragástrico.

Após a colocação, a dieta líquida é mantida durante 72 horas, devido à possível presença de náusea, vômitos e sensação de peso, podendo causar certo desconforto. Após, a dieta é evoluída para a consistência pastosa, onde purês, legumes cozidos macios, carne moída, filé de peixe, frango desfiado, cremes, suflês, entre outras preparações fazem parte do cardápio do paciente até completar 15 dias de pós-colocação do balão. Sempre orientado sobre o tipo de preparações e quantidades a serem consumidas nas refeições.

A partir, a dieta é novamente evoluída quanto à consistência, dieta livre, ou seja, de consistência sólida, onde a grande maioria dos alimentos é permitida, mas quantidades são trabalhadas e principalmente a escolha do tipo e qualidade dos alimentos através da elaboração de plano alimentar individualizado, conforme as necessidades de cada paciente.

O programa de educação alimentar é acompanhado durante a permanência do balão. Este acompanhamento é de fundamental importância para o bom resultado do tratamento, assim como a prática de exercícios físicos de forma regular e com acompanhamento de profissional capacitado.

Ao término do tratamento, por volta de seis meses, o balão é retirado também através de endoscopia digestiva, sem necessidade de internação ou cirurgia. A partir deste período a manutenção do resultado obtido com o tratamento ocorrerá se o paciente mantiver as mudanças no estilo de vida aprendidas no período que ficou com o balão, assim como o acompanhamento com a equipe multiprofissional deverá ser mantido.

Devemos sempre lembrar que a obesidade é uma doença crônica e incurável, que deve ser encarada como tal e acompanhado por toda a vida, para que os resultados de qualquer tratamento escolhido seja o satisfatório e duradouro.

 

Marina Pereira é nutricionista e Iran Moraes Junior é médico nutrólogo da Gastrobese

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