Terceira idade: medo de perder a independência

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Qual o momento certo para contratar um cuidador de idosos? A intransigência de alguns idosos “enlouquece suas famílias”. Os filhos presenciam, algumas vezes, um idoso cair inúmeras vezes, e querem intervir, mudando o piso da casa, melhorando o projeto de luminotécnica ou transferindo-o para um ambiente mais seguro. Mas ele insiste que não... Afinal, não há nada de errado com ele ou com a casa em que ele vive.

E o que mais a família pode esperar do idoso? “Crescemos numa cultura ocidental, onde ouvimos, desde crianças, que a independência é um bem supremo, uma conquista maravilhosa. O sinônimo de ser um adulto independente não é se sustentar e morar sozinho? Isto tudo é porque valorizamos muito nossa independência, os idosos também”, explica a médica Renata Diniz, que dirige uma empresa especializada em cuidados domiciliares na terceira idade.

No entanto, a maioria dos idosos – cerca de dois terços deles, uma projeção comumente utilizada – chegará a um ponto de dependência numa fase, no final da vida, em que terá de depender dos outros para realizar tarefas cotidianas, como tomar banho ou se vestir. Dependência gera raiva, vergonha, desafio. “É aceitável apenas para crianças e adultos muito jovens. Mas para adultos – e é aqui que os idosos se incluem – depender de alguém não é apenas uma realidade desconfortável, é impensável. Estamos sempre dispostos a pensar que somos capazes de cuidar de nós mesmos. E, de preferência, para sempre”, observa a médica Renata Diniz.

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