Por Vanessa L. Secco
Hoje, o mundo, a mídia, as relações interpessoais no trabalho, família e afazeres cotidianos fazem do belo uma necessidade, aonde o conceito de beleza vem modificando ao longo dos anos e grande parte das pessoas insatisfeitas com sua aparência, buscam uma forma estética melhor e, por conseguinte, oportunidades e bem-estar. A presença da obesidade é pouco aceita, e as imperfeições como gordura localizada e celulite são a grande inimiga da beleza feminina, surgindo cada vez mais cedo em mulheres magras e jovens. Com isso o aumento das buscas por cirurgias plásticas e reparadoras tem aumentado paulatinamente.
Cabe ressaltar que por ser uma área de ampla atuação faz-se necessário a integração de uma equipe multidisciplinar a fim de alcançar maiores resultados. A eficiência de uma cirurgia plástica não depende somente do seu planejamento cirúrgico, a preocupação com os cuidados no pré e pós-operatório tem demonstrado fator preventivo de possíveis complicações e promoção de um resultado estético mais satisfatório.
Quando um paciente deseja uma melhora corporal por meio de cirurgia plástica, ele procura um cirurgião de confiança e deposita nele todas as suas expectativas e fantasias. Após a cirurgia, ele depara exatamente o que não deseja: a dor, edema, as equimoses (roxos) e outros desconfortos provenientes do procedimento. Por meio da fisioterapia pré e pós-cirúrgica, podemos minimizar as queixas e otimizar os resultados da cirurgia, diminuindo o desconforto e os traumas para o paciente. Cabe lembrar que sua satisfação talvez seja o critério mais importante na avaliação dos resultados dos procedimentos cirúrgicos.
Embora pareça desnecessário para algumas pessoas, o atendimento fisioterapêutico antes da cirurgia é de extrema importância, pois é nela que se pode avaliar possíveis alterações físicas, motoras e sensitivas já existentes no paciente antes mesmo da cirurgia, já prevendo possíveis, ou até mesmo prevenindo outros tipos de alterações, nessa fase o ideal é avaliar o paciente como um todo, e através dela estabelecer parâmetros comparativos com a fase pós-operatória, ou seja, ter o conhecimento de que certas alterações já eram pré existentes no pacientes, ou se elas foram adquiridas após a cirurgia, pois muitos dos pacientes na avaliação pós-operatória não relatam por não ter consciência das alterações. O tratamento pré-operatório consiste na preparação para a intervenção cirúrgica, como a drenagem linfática manual a fim de prevenir edemas complexos, orientação quanto ao uso de creme hidratantes e nutritivos a fim de manter a integridade do tecido cutâneo, podendo manter assim suas propriedades elásticas, além da orientação quanto a hidratação corporal, com água ou isotônicos, visto que o paciente elimina muita água e sais minerais junto aos procedimentos cirúrgicos (como lipoaspiração e abdominoplastia, por exemplo), tendo que repor pelo menos nos próximos três dias de pós-operatório.
Já na fase pós-operatória os recursos fisioterapêuticos, quando bem utilizados, podem diminuir o tempo de repouso, restaurar a funcionalidade, e acelerar a recuperação, possibilitando a reintegração do indivíduo em suas atividades sociais. Os recursos atuarão prevenindo a formação de aderências, principal fator agravante no pós-operatório, pois estas aderências impedem o fluxo normal de sangue e linfa, aumentando ainda mais o quadro edematoso (inchaço), retardando a recuperação. O tratamento pós-cirúrgico pode ser realizado no pós-operatório imediato ou tardio, tendo como objetivo prevenir: edema (inchaço), enfisema cutâneo, retrações cicatriciais, fibrose, lipoma, seroma, déficit de sensibilidade e contratura muscular. Baseando-se no conhecimento científico dos estágios do processo de inflamação e reparo, o fisioterapeuta vai traçar um programa de tratamento eficaz, observando sempre as características clínicas apresentadas pelo seu paciente. Depois de traçado o plano de tratamento podemos expor os procedimentos fisioterapêuticos que auxiliarão na melhora do quadro do paciente, são eles:
* drenagem linfática manual
* terapias manipulativas: massoterapia, liberação tecidual funcional
* agentes térmicos: calor ou frio
* ultra-som
* agentes eletroterapêuticos: microcorrentes, corrente galvânica
* agentes mecanoterápicos: vacuoterapia e pressoterapia
* agentes fototerápeuticos: laser
* cinesioterapia: exercícios para correção de postura antálgica, encurtamento e contraturas musculares e ganho de amplitude articular.
Vanessa L. Secco é fisioterapeuta dermato-funcional e acupunturista