Medicina & Saúde – Como entender o uso da meditação?
Maria Elisabete Vieira - A meditação deixou de ser uma técnica ou prática religiosa, ou uma atração exótica do Oriente, para se tornar um recurso terapêutico usado e indicado em amplo espectro, inclusive pela própria medicina ocidental. Amplamente pesquisada por renomados centros de pesquisa no Brasil e no exterior, o resultado destas pesquisas vem respaldando a prática da Meditação como prática terapêutica. Exemplo disto foram os estudos desenvolvidos pela Universidade da Califórnia (e publicados na revista NeuroImage) que acompanharam sistematicamente 22 pessoas que realizavam técnicas de meditação. A conclusão foi de que estas pessoas possuíam algumas estruturas cerebrais maiores, como por exemplo: hipocampo, tálamo (envolvidas no processamento das emoções) e córtex orbitofrontal (envolvido no raciocínio); em detrimento de 22 outras que não realizavam a técnica. Ou seja, a habilidade de cultivar emoções positivas é um dos primeiros resultados sentido com a prática.
M&S – Relaxamento e meditação são a mesma coisa?
MES - A prática da Meditação não é o mesmo que relaxamento, não. Existem inúmeras técnicas e formas de se praticar a meditação, sentar é uma delas. Alguns meditam caminhando, pouco importa; o importante é fazer com que a barrenta água de nossa mente, fruto da torrente de pensamentos, torne-se limpa e transparente. Meditar também não implica em tornar-se melhor, uma pessoa mais paciente, por exemplo, também não implica em luta. Da minha experiência, posso dizer que meditar é não fugir, é apenas ficar!