Problemas de ordem sexual, ou que afetem as relações, são um dos maiores medos do público masculino. É por isso que muitos homens não querem nem ouvir falar em disfunção erétil. Mas ela afeta um grande público e, se diagnosticada adequadamente, tem tratamento.A disfunção erétil, segundo o médico urologista Eduardo Scortegagna, também conhecida como impotência sexual, é definida como a impossibilidade de atingir ou manter uma ereção suficiente para ter uma relação sexual, em, pelo menos, 50% das tentativas durante a relação sexual. Essa disfunção incapacita o homem a obter ou manter ereções suficientemente rígidas para a penetração vaginal, impedindo a satisfação sexual. Embora seja mais comum em homens a partir dos 40 anos, pode estar presente em qualquer idade.
Medicina & Saúde – Como é feito o diagnóstico da disfunção erétil?
Eduardo Scortegagna - Os objetivos da avaliação inicial do paciente são determinar a causa provável da disfunção erétil e identificar fatores orgânicos ou psicológicos associados que possam influenciar a conduta terapêutica. A entrevista realizada pelo especialista (urologista) detalhada é o fator mais importante na avaliação do paciente com este problema. A anamnese deve identificar a duração, progressão e gravidade da disfunção, bem como fatores associados.
M&S – Quais são os sintomas?
ES - O principal sintoma da impotência sexual, ou disfunção erétil, é a incapacidade de manter uma ereção tempo o suficiente para manter uma relação sexual. Na maioria do ato sexual, se o indivíduo não conseguir manter a ereção em pelo menos 25% do tempo, pode ser considerado como sendo portador de disfunção erétil. As principais características são a incapacidade de manter a ereção do pênis por tempo suficiente para uma relação sexual satisfatória, a perda da ereção durante o ato sexual, a ejaculação com o pênis pouco ereto, a ejaculação precoce e a persistência do problema por mais de um mês. As dificuldades de ereção que acontecem esporadicamente não são necessariamente motivos de preocupação. Mas se o problema persiste, o indivíduo deverá ser avaliado por um médico, já que a dificuldade de ereção pode ser o primeiro sintoma de outra doença, como a insuficiência cardíaca, hipercolesterolemia e diabetes, por exemplo.
M&S – Quais são as causas apontadas para o problema?
ES – A impotência sexual, ou mais modernamente denominada de disfunção erétil, pode ter origem em diversos fatores, sejam eles físicos ou psicológicos. Muitas vezes é uma combinação de ambos. Existem também causas físicas (ver quadro). Afora os efeitos na esfera sexual, a falta de testosterona no homem provoca: diminuição dos testículos, redução dos pelos faciais, axilares e pubianos, ginecomastia, redução da libido, osteoporose, menos massa muscular com aumento da gordura corporal, anemia leve, ondas de calor, diminuição da sensação de bem estar, depressão e irritabilidade. Existe ainda uma vasta gama de medicamentos que podem originar problemas de disfunção erétil. O médico pode esclarecer sobre os possíveis efeitos secundários da medicação prescrita e quais as possíveis alternativas. Um dos exemplos são os remédios contra a queda de cabelo.
M&S – Existe cura efetiva?
ES – Sim. Na verdade hoje com o grande arsenal terapêutico e de diagnóstico, pode-se dizer que a disfunção erétil tem cura em 100% dos casos. Existe uma frase de efeito, entre os urologistas, que diz "hoje só é impotente quem quer ser". A resposta aos tratamentos é diferente de paciente para paciente. Vai depender de muitos fatores como, momento que o paciente procura o médico especializado, pois uns procuram no primeiro sintoma de impotência sexual e outros em estados mais avançados. É difícil se prever os prazos para a cura da impotência sexual sem uma avaliação médica individual.
