Foram anos de estudo do glioblastoma, um tipo de câncer do cérebro que é comum e bastante agressivo –apesar disso, a proteína também pode ser vista ativa em outros tipos de câncer, como o de mama ou o de ovário. Segundo os pesquisadores, a USP15 promove a progressão do tumor ao ativar um caminho chamado TGFß, que permite que a doença "escape" das investidas do sistema imune da pessoa.
O artigo batiza a USP15 de “termostato biológico” dentro da cadeia que ativa o TGFß. Assim como um termostato regula a temperatura de um ambiente, o USP15 controle e corrige as atividades do TGFß, diz o comunicado divulgado sobre o estudo.
De acordo com os pesquisadores, a estabilidade da proteína é regulada pela eliminação ou agregação de pequenas proteínas, que estabelecem quais moléculas devem ser eliminadas. Esse processo é regulado por enzimas como a USP15.
Um dos problemas envolvendo a USP15 acontece quando o gene da enzima é amplificado após mutações genéticas e ela é produzida em excesso. O “termostato biológico” fica quebrado e há uma superativação da cadeia do TGFß.
O potencial terapêutico da identificação da USP15 está na inibição da proteína. “Quando inibimos a USP15 em um modelo de glioblastoma humano, a atividade do TGFß caiu e o tumor não se desenvolveu. Esse tipo de proteína pode ser facilmente desativada e, por isso, é um bom alvo para o tratamento”, explicou Seoane, em comunicado divulgado sobre a pesquisa.